Na Folha de São Paulo Quatro partidos entraram nesta quarta (10) no Conselho de Ética da Câmara com pedido de cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

PT, PC do B, PSOL e PSB defendem a perda do mandato do congressista que, em discurso no plenário da Casa nesta terça, afirmou que só não “estupraria” a colega Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos, porque ela “não merecia”.

Bolsonaro atacou a petista ao rebater discurso feito por Rosário minutos antes, no qual defendeu a Comissão da Verdade e as investigações de crimes da ditadura militar.

A fala de Bolsonaro provocou forte reações na Casa, sobretudo na bancada feminina.

Para os partidos que assinam a representação, Bolsonaro tem sido “extremamente misógino, preconceituoso, sexista e homofóbico, no exercício do seu mandato parlamentar” e, com isso, “desrespeita a Constituição, o Código de Ética e Decoro Parlamentar e o regimento interno da Câmara”, quebrando o decoro parlamentar. “Em uma Casa de leis um parlamentar não pode ter uma postura que desrespeite a lei e afronte a dignidade das pessoas.

Esses discursos de ódio são incompatíveis com a sociedade brasileira e com o Estado Democrático de Direito”, afirmou o líder do PT, deputado Vicentinho (PT-SP).

Segundo técnicos da Casa, o processo contra Bolsonaro só deve ser discutido no ano que vem.

Nos próximos dias, o conselho deve indicar um relator, mas como o Congresso entra em recesso no dia 23, não haverá prazo para análise.