Foto: BlogImagem ATUALIZADA ÀS 11H08 Com informações de Marcela Balbino, repórter do Blog de Jamildo, do local Um grupo de 400 terceirizados que trabalharam na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras, na cidade de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), realizaram um protesto cobrando o pagamento de direitos trabalhistas, na manhã desta terça-feira (9), em frente à portaria leste da unidade, que começou a produzir combustíveis no último final de semana.
O grupo trabalhou para a empresa Engevix, responsável pela construção de edificações como alojamentos e refeitório dentro da Rnest.
No dia 14 de novembro, o diretor técnico da empresa, Nilton Prado Júnior, foi preso pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, na sétima fase da Operação Lava Jato.
O protesto não teve resultado e deve ser repetido nesta quarta (10).
De acordo com o Sindicato da Indústria Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), que coordena a luta trabalhista dos trabalhadores desligados de Suape, cerca de 720 pessoas foram desligadas da Engevix no final de novembro, entre eletricistas, encanadores e pedreiros.
Esses trabalhadores não não teriam recebido os salários do mês, o 13º ou o FGTS.
Alguns também não receberam o valor relativo às férias não gozadas.
LEIA TAMBÉM: » Refinaria Abreu e Lima começa a produzir derivados de petróleo » No Recife, Polícia Federal cumpre mandados da operação Lava jato » Fornecedores da Refinaria Abreu e Lima fecham acordo na Justiça do Trabalho para demissões em Suape O Sintepav tem trabalhado junto com a Engevix para conseguir um acordo.
A empresa propõe pagar as dívidas trabalhistas no dia 29 de dezembro, mas o sindicato quer que o dinheiro seja liberado entre os dias 12 e 15 porque a partir do dia 20 os trabalhadores entram de férias, o que diminuiria a possibilidade de fazer pressão.
Foto: BlogImagem Alguns dos 150 trabalhadores que continuam empregados pela Engevix, e que devem ser desmobilizado nos próximos meses, com a conclusão da Refinaria Abreu e Lima, deixaram de trabalhar nesta terça.
De acordo com o coordenador do sindicato, Gerivaldo Felipe, os trabalhadores só voltarão a trabalhar quanto tiverem a garantia de quando irão receber.
Ele diz que os trabalhadores nunca tiveram problemas com a Engevix, até a prisão do diretor da empresa, quando as coisas “começaram a desandar”.
A Engevix queria prorrogar o contrato com a Petrobras por mais um ano, mas a estatal quer estender a atuação da empresa por apenas mais 3 meses. “O interessante é que os ladrões são presos e não são afetados em nada.
Na cadeia tem cela especial, tem banheiro, tem chuveiro.
E vão sair depois.
E nós, que somos trabalhadores, é que pagamos o pato.
A gente não deve pagar por essa situação que está aí.
A Operação Lava Jato veio para lavar essa safadeza toda”, diz Gerivaldo.
Foto: BlogImagem Paulo Cavalcanti, apontador, de 27 anos, que trabalhou por nove meses para a Engevix, confessa que não sabe o que fazer da vida. “A gente está aperreado.
Eu estou com escola de criança para pagar, conta de casa para pagar, e não pagam meu salário”, disse.
A maior parte dos trabalhadores da Engevix é de pernambucanos, mas também atuam lá paraibanos e baianos.
Nas últimas semanas, a Petrobras tem enfrentado problemas trabalhistas também com terceirizados da empresa Alusa, que atuaram na Refinaria Abreu e Lima; alguns estariam sem receber desde setembro.
Contas da estatal chegaram a ser bloqueadas pela Justiça do Trabalho em Pernambuco.
Nesta terça, deputados pernambucanos irão visitar um alojamento da empresa para conhecer a situação desses trabalhadores.
Quando entrar totalmente em operação, em maio de 2015, a Refinaria Abreu e Lima terá capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia.
A unidade é alvo da Operação Lava Jato porque sua construção teria sido usada para desviar dinheiro da Petrobras.