Novo ministro da Fazenda Joaquim Levy.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil.

Faltando poucas horas para o Congresso Nacional retomar a votação do projeto que altera a meta do superávit fiscal, a oposição promete obstruir a votação até que o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vá até o Parlamento se comprometer pessoalmente com o respeito às metas de inflação, ao superávit primário e a redução do endividamento federal.

A presidente Dilma Rousseff (PT) adiou a nomeação dos novos ministros da equipe econômica para evitar que eles se desgastassem com a votação da mudança do superávit.

Na madrugada da última quinta-feira (4), o governo conseguiu aprovar o texto-base da proposta, após uma sessão do Congresso Nacional que durou 19 horas, marcada por tumultos, e que terminou por volta das 5h da manhã.

A votação será retomada nesta terça-feira (9), às 17h.

O convite a Levy será feito na Comissão Mista de Orçameto.

LEIA TAMBÉM: » Mesmo sem concluir votação, Congresso aprova texto da manobra fiscal » Após tumulto, sessão de votação da meta fiscal ganha reforço de segurança no Congresso » Sílvio Costa diz que Mendonça Filho está aprendendo com Anderson Silva “Adotamos essa postura porque o governo desmoralizou a LDO de 2014 ao alterar a meta fiscal há menos de 20 dias do final do ano.

Isso é uma aberração jurídica e fiscal.

Como é que vamos agora ter certeza do cumprimento da LDO diante do comportamento do governo?

Se o futuro ministro não vier aqui, o governo terá o dobro da dificuldade para aprovar a LDO do que teve na votação do PLN 36”, diz o líder do DEM, Mendonça Filho. “Este é um governo esquizofrênico, cheio de contradições.

Quando no passado se beneficiou do boom econômico mundial, com aumento do preço das commodities e crescimento da economia em vários países, como China, todo o mérito era do governo petista.

Agora que o quadro se inverte, todo o pecado da estagnação econômica, inflação em alta e aumento de juros é debitado na crise internacional”, criticou ainda.

A decisão de obstruir a votação foi apresentada nesta terça, após depoimento do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, à Comissão Mista de Orçamento, onde ele falou sobre o cumprimento da meta de superávit.

Tombini também negou que exista qualquer pressão política sobre a definição da taxa básica de juros pelo BC.