O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), anunciou nesta terça (9/12) que a Oposição vai obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015 (LDO), prevista para ser votada nesta terça-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Conforme o parlamentar, a obstrução permanecerá até que o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vá ao parlamento firmar um compromisso com o respeito às metas de inflação, de superávit primário e de redução do endividamento especificadas na LDO.

Ele apresenta hoje à tarde, junto a lideranças de partidos de oposição, um requerimento de convite na CMO para que Levy apresente o seu comprometimento com as políticas fiscais.

O anúncio foi feito durante reunião da CMO com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na ocasião em que ele apresentou sua avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial referentes ao segundo semestre de 2013 e primeiro semestre de 2014. “Adotamos essa postura porque o governo desmoralizou a LDO de 2014 ao alterar a meta fiscal há menos de 20 dias do final do ano.

Isso é uma aberração jurídica e fiscal.

Como é que vamos agora ter certeza do cumprimento da LDO diante do comportamento do governo?

Se o futuro ministro não vier aqui, o governo terá o dobro da dificuldade para aprovar a LDO do que teve na votação do PLN 36”, assegurou, em referência à apreciação do projeto de fraude fiscal que durou mais de 18 horas em sessão do Congresso Nacional após três tentativas de votação.

Segundo líder do Democratas, o PT faz um governo “esquizofrênico” e de contradições ao creditar bons momentos da economia à gestão da presidente Dilma e debitar os problemas à crise financeira internacional. “Este é um governo esquizofrênico, cheio de contradições.

Quando no passado se beneficiou do boom econômico mundial, com aumento do preço das commodities e crescimento da economia em vários países, como China, todo o mérito era do governo petista.

Agora que o quadro se inverte, todo o pecado da estagnação econômica, inflação em alta e aumento de juros é debitado na crise internacional”, ponderou.

Mendonça Filho ainda destacou que todos os indicadores econômicos pioraram durante o governo Dilma, a exemplo da inflação, da dívida pública e da taxa de juros, que era de 10% no início da gestão e agora já está em 11,75%.