Por Adriano Oliveira, em texto enviado ao Blog Qual será o futuro do governo Dilma?

A pesquisa do Datafolha divulgada hoje sugere indícios.

Os escândalos de corrupção representam oportunidade para ações que possibilitam o aumento da popularidade do governo Dilma.

Observem que: 1) 85% afirmam que houve corrupção na Petrobrás; 2) 68% consideram que Dilma tem responsabilidade com o caso; 3) E para 41% os partidos políticos são os beneficiados dos desvios da Petrobrás.

Pois bem: quais as conclusões iniciais?

Os eleitores, majoritariamente, consideram Dilma responsável pelo Escândalo da Petrobrás.

Portanto, ela precisa agir em razão desta percepção. É necessário que ela mude a Direção da Petrobrás.

Caso assim faça, mostra coragem para enfrentar o escândalo.

E, o mais importante, ausência de temor quanto às consequências do escândalo.Se 41% consideram que as agremiações partidárias são as beneficiadas do Escândalo da Petrobrás, os eleitores não o associam à Dilma Rousseff.

Portanto, para parte da opinião pública, não existem razões para o impeachment da presidente Dilma.

Destaco que para 20% dos entrevistados foi no governo Dilma que mais escândalos de corrupção ocorreram.

Porém, dados relevantes: 1) 46% dos entrevistados afirmam que foi no governo Dilma que a corrupção foi mais investigada; 2) também foi no governo Dilma que os corruptos foram mais punidos.

Tais dados sugerem que parcela dos eleitores considera que no governo Dilma a corrupção é investigada e punida.

Portanto, dados positivos para a presidente, os quais também possibilitam o afastamento da tese do impeachment, já que esta não encontra plausibilidade em parte considerável do eleitorado.

Além disto, Dilma tem a oportunidade de criar ações contra a corrupção.

Além de verbalizar indignação para com a corrupção pública.

Gráfico 1 – Corrupção, governo e expectativa.

Porém, a expectativa quanto ao sucesso do governo Dilma é baixa quando comparada a era Lula.

Nesse caso, qualquer tropeço no início de 2015 afetará a popularidade da presidente, a qual está na casa de 42% (ótimo/bom).

Mas se o tropeço não ocorrer, Joaquim Levy poderá proporcionar a popularidade da presidente.

Tal fato ocorrerá se as suas ações em 2015 possibilitarem a manutenção do poder de compra, o controle da inflação e a reduzida taxa de desemprego.

E o mais importante: Levy precisa resgatar a confiança do setor produtivo.

Caso estes dois eventos ocorram, Dilma tem condições de findar 2015 com alto índice de popularidade.

E se eles não ocorrerem?

Dilma, obviamente, tende a enfrentar fortes turbulências políticas e sociais.

Gráfico 2 – Avaliação de governo.