Foto: BlogImagem A partir de 2015, Geraldo Julio (PSB) inicia a segunda metade do seu mandato à frente da Prefeitura do Recife (PCR) com o desafio de concluir obras já atrasadas e garantir recursos para fazer os investimentos necessários para cumprir as promessas da campanha eleitoral de 2012.

Nos dois primeiros anos como prefeito, ele conseguiu elevar para R$ 930,8 milhões o valor de investimentos realizado pela PCR, mais que os R$ 858,1 milhões aplicados nos dois primeiros anos das três últimas gestões, dos ex-prefeitos João Paulo e João da Costa, ambos do PT.

Por outro lado, mais da metade do dinheiro desembolsado pela atual gestão, R$ 529,8 milhões, foi aplicada em 2013, o que significa que o valor caiu em 2014. “A gente poderia ter feito mais investimentos na cidade, sim.

Ter até ultrapassado o valor que a gente fez, se a gente tivesse tido fluxo de desembolso nos convênios e nas operações com a União mais positivo”, afirmou Geraldo Julio durante o balanço de final de ano da prefeitura.

Durante a última campanha eleitoral, o prefeito foi um dos principais críticos a presidente Dilma Rousseff (PT) em Pernambuco, mas garante que a dificuldade em captar recursos não está ligada às diferenças políticas. “Eu nunca falei em retaliação.

Nem durante o processo da campanha eleitoral, nem depois”, garante.

Para o prefeito, a falta de crescimento prejudicou as contas da União. [NE10] Geraldo Júlio comenta sobre os bens e os serviços criados por ele A retração de verbas do Governo Federal impactam na realização das grandes obras do Recife.

O Hospital da Mulher, maior obra iniciada por Geraldo, com orçamento de R$ 58 milhões e previsto para ficar pronto em outubro, está 68% pronto.

Os dois Compaz (Centros Comunitários da Paz) de Santa Terezinha e do Cordeiro, que eram prometidos para março e abril passados, estão respectivamente 79% e 63% concluídos.

O investimento nos dois equipamentos é de R$ 28,5 milhões.

Outros três centros foram prometidos e não iniciados. “Nós vamos cumprir todo nosso programa de governo.

Essa é a meta e o esforço que todo nosso time está fazendo”, garante o prefeito. “A gente triplicou o volume de investimentos feitos na cidade.

Esse é um dado concreto.

Obra A, B ou C que vai ter um mês para lá, um mês para cá, isso é menos importante do que o que efetivamente foi feito”, defende.

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Para 2015, prevê investir cerca de R$ 600 milhões no terceiro ano de gestão.

ALTERNATIVAS - A PCR tem demonstrado esforço para encontrar novas fontes de recursos.

A receita própria cresceu 14% neste ano.

A maior parte do dinheiro para investimento, porém, ainda depende de parcerias com o Governo do Estado, com a União e com organismos internacionais. “A gente tem uma operação que está sendo feita com Banco Mundial para que a gente possa viabilizar essa captação de recursos e manter o padrão de investimentos, mesmo que o ano de 2015 seja um ano tão desafiador quanto este que a equipe econômica escolhida pela presidente recentemente vem anunciando”, adiantou Geraldo.

Uma das alternativas analisadas pela PCR para fazer caixa é a criação da Companhia Recife de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos, uma sociedade de economia mista com o objetivo de emitir títulos da dívida de contribuintes lastreados em parcelamento.

A ideia é que a prefeitura receba de um investidor um dinheiro que a pessoa que deve ao município vai pagar de forma parcelada e resgate os títulos à medida em que as parcelas fossem sendo pagas.

Foto: BlogImagem O prefeito defendeu a proposta, já enviada à Câmara dos Vereadores e que tem sofrido críticas da oposição. “Estamos absolutamente seguros com relação a essa operação.

Ela já foi feita por outros estados, outras capitais, e é vantajosa para prefeitura”, ressaltou. “Se o contribuinte fosse pagar à vista, ele teria um desconto de 70%.

Então eu pegaria um milhão e receberia R$ 300 mil.

Vou receber um milhão à vista. É extremamente vantajoso”, explicou.

VIA MANGUE E BODE - Apesar da frustração de receitas, Geraldo Julio prometeu concluir as obras atrasadas em 2015.

O prefeito também revelou esperar que, já a partir de janeiro, as obras na Via Mangue, na Zona Sul do Recife, sejam iniciadas para que possa operar o trecho leste, que levará o tráfego no sentido Boa Viagem-Centro da Avenida Antônio Falcão até a Rua Capitulino.

O início das obras, que incluirá a instalação de uma ciclovia na pista, está condicionada à liberação de empréstimo R$ 80 milhões pela Caixa Econômica Federal. “A gente está em vias de liberação pelo Governo Federal”, disse Geraldo, que previu 120 dias para conclusão das obras. “A expectativa nossa é de que a assinatura no contrato ocorra até o fim do ano e em janeiro retomar a obra”, disse.

Para o próximo ano, o prefeito do Recife também disse que vai avançar na promessa de campanha de reurbanizar a comunidade do Bode, na Zona Sul, que o socialista pretendia transferir para o terreno do Aeroclube.

Feita no início da campanha, a promessa tinha o objetivo de transformar a comunidade em referência de programa habitacional, semelhante ao que o ex-governador Eduardo Campos fez na Ilha de Deus e que João Paulo fez em Brasília Teimosa. “A gente está fazendo a regularização do terreno do Aeroclube.

A cessão do Estado para eles.

A gente precisou primeiro ter a definição sobre o traçado da Via Mangue dentro do terreno”, explicou Geraldo.

Ele garantiu que o projeto deve sair até 2016 e que está dependendo só da regularização do terreno. “Não depende só do Governo do Estado e da prefeitura.

Depende também do patrimônio da União”, lembrou.