O Congresso aprovou o texto principal da proposta, mas a votação não foi concluída.

Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados O Congresso Nacional aprovou na madrugada desta quinta-feira (4) o texto principal da proposta de manobra fiscal, que possibilita ao governo o não cumprimento da meta de superávit primário.

A sessão foi encerrada sem que a votação fosse concluída, após 19 horas de debates intensos e discussão entre governistas e oposicionistas.

Deve ser votada na próxima quarta-feira (9) uma alteração no texto original, apresentada pela oposição, e que propõe limitar as despesas discricionárias, ou seja, as que o governo escolhe se executa ou não.

A votação foi encerrada por causa do esvaziamento da sessão por parte dos governistas.

Somente 192 deputados (de um quórum mínimo de 257) registraram presença.

LEIA TAMBÉM: » Após tumulto, sessão de votação da meta fiscal ganha reforço de segurança no Congresso » Sílvio Costa diz que Mendonça Filho está aprendendo com Anderson Silva » Aécio é ovacionado por manifestantes no Congresso O Planalto considera essencial a aprovação da proposta, uma vez que ela libera a presidente Dilma Rousseff (PT) de responder por crime de responsabilidade fiscal, no caso de descumprir a meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).

Em último caso, uma acusação por crime de responsabilidade fiscal pode render à presidente um processo de impeachment.

A aprovação do texto faz com que a meta fiscal de, pelo menos, R$ 81 bilhões praticamente deixe de existir.

O governo pode inclusive apresentar um déficit.

Conflitos entre oposição e governo: Nos últimos dias, a oposição tentou várias manobras para evitar a votação e o governo encontra dificuldades colocadas pela própria base aliada.

Partidos ligados à presidente Dilma adiam a resolução da proposta por causa de insatisfações geradas pela demora na definição dos ministérios.

Os debates em torno da votação geraram um dos maiores cenários de clima tenso no Congresso, com discussões diretas entre os parlamentares, acusações e inclusive embates físicos com seguranças.