Manifestantes tiveram de ser retirados das galerias, a medida resultou em confusão e tumulto na sessão da noite anterior.
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress.
Adiada para a manhã desta quarta-feira (3) por causa de tumultos e confusões na noite anterior, a nova sessão do Congresso para votar a manobra fiscal, garantindo ao Governo Federal o não cumprimento da meta do superávit primário em 2014, recebeu segurança reforçada para evitar que manifestantes voltem a ocupar as galerias do Plenário.
A sessão de terça-feira teve de ser cancelada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por conta do clima de confusão iniciado por manifestantes que ocupavam as galerias do Plenário, sob gritos de acusação à base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
A entrada dos manifestantes na primeira votação foi liberada após movimentações de deputados oposicionistas, que garantiram a presença de 50 deles na sessão.
Os manifestantes começaram a se aglomerar na entrada logo cedo, para acompanhar a sessão desta quarta-feira.
No entanto o acesso às galerias foi bloqueado, com um esquema de segurança reforçado.
O carro do vice-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi cercado por pessoas que exigiam a entrada nas galeria do Plenário, gritando palavras de ordem e acusando o governo do PT de “ditadura”.
O petista respondeu perguntando quanto os manifestantes estavam recebendo para permanecer no local, insinuando uma politização do movimento, que, segundo o Governo, está sendo financiado pela oposição para obstruir o processo de votação.
A sessão da noite foi encerrada depois que a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acusou os manifestantes de agredirem verbalmente a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), chamando-a de “vagabunda”.
Na saída houve mais confusão entre a segurança e os ocupantes das galerias.
Uma senhora de 79 anos recebeu uma “gravata” de um dos agentes e um professor de história diz ter recebido um choque elétrico, numa ação de imobilização.
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) chegou a rolar as escadas na tentativa de impedir que os manifestantes fossem retirados das galerias.
A proposta, que autoriza o governo a abandonar a meta de poupança para pagamento dos juros da dívida, o chamado superavit primário, nem chegou a ser analisada em Plenário.
Os congressistas estavam discutindo dois vetos presidenciais que estavam na pauta.
O projeto espera para ser votado no plenário do Congresso há três semanas.
Já foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento.