Armando Monteiro ao lado de Dilma e Lula durante campanha em Pernambuco.

Foto: divulgação.

Confirmado pelo Palácio do Planalto como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) é o principal nome da oposição ao grupo político do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, em Pernambuco.

Em outubro, Armando concorreu ao Governo de Pernambuco com apoio do ex-presidente Lula (PT), mas perdeu para Paulo Câmara, afilhado político de Campos.

Armando Monteiro é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Filho do ex-ministro da Agricultura Armando Monteiro Filho, o novo ministro entrou na política ainda nos anos 90.

Em 1998, foi eleito pela primeira vez deputado federal.

Ficou na Câmara até 2011, quando assumiu uma vaga no Senado Federal.

LEIA TAMBÉM: » Planalto anuncia Armando Monteiro como novo ministro do Desenvolvimento » Senador Armando Monteiro Neto será novo ministro do Desenvolvimento » Paulo Câmara não acredita em dificuldades com Armando Monteiro » Douglas Cintra volta ao Senado com nomeação de Armando para ministério Em 2010, Armando Monteiro foi eleito senador na chapa de Eduardo Campos.

Três anos depois, quando o socialista deixou o governo da presidente Dilma, o senador declarou fidelidade ao palanque da petista no Estado e rompeu com o PSB em Pernambuco.

Ele também batalhou dentro do PTB para que o partido não se aliasse ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial, mas foi voto vencido.

Em troca, garantiu o apoio do PT para concorrer à sucessão do Palácio do Campo das Princesas.

Mais conhecido que o neófito Paulo Câmara, Armando Monteiro liderou todas as pesquisas de intenção de voto até a morte de Campos, quando uma onda de comoção tomou conta do Estado.

Com apoio da família do ex-governador, Câmara foi eleito com 68,08% dos votos, a maior votação do Brasil em 2014.

Armando teve 31,07% da preferência do eleitorado.

Foto: Léo Caldas/PTB “As urnas sempre definem as coisas. É sempre bom que haja oposição.

Quem perde tem esse dever e nós vamos exercê-lo”, garantiu o senador petebista, na coletiva concedida após o resultado das urnas.

Na ocasião, ele demonstrou disposição em reaglutinar as forças de oposição no Estado nos próximos anos.

No dia 17 de novembro, Armando reassumiu o mandato no Senado Federal e se colocou como interlocutor entre a gestão de Dilma Rousseff e o Estado de Pernambuco. “Quero fazer de meu mandato um instrumento.

Meu gabinete em Brasília continuará aberto para atender a todos os municípios.

Eu tenho compromisso de ajudar os pernambucanos”, assegurou.

INDÚSTRIA - Armando Monteiro foi escolhido por Dilma por ter presidido por ter presidido a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre os anos de 2002 e 2010, onde ajudou a estreitar as relações entre o empresariado nacional e o ex-presidente Lula (PT).

Na pasta, ele deve servir de ponte entre o Planalto e a indústria, que vem se queixando do tratamento dado pela presidente.

Ele irá comandar as áreas de comércio exterior e a política industrial do País.

A nomeação garante ao senador o papel de principal líder da oposição em Pernambuco.

Questionado sobre o papel do adversário, Paulo Câmara negou que isso possa resultar em dificuldade para a gestão do PSB no Estado.

Relembre a trajetória política de Armando Monteiro: “É sempre bom ter um ministro pernambucano porque ele conhece nossos desafios.

Ainda não tive oportunidade de conversar com ele, mas ele está aberto ao diálogo, assim como eu.

Será bom para que ele possa contribuir para o desenvolvimento de Pernambuco e me ajudar”, disse o governador eleito.

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o PTB é o partido de oposição com a maior quantidade de cadeiras, com seis deputados estaduais.

O partido deve indicar o novo líder de oposição no Legislativo estadual.

Os nomes cotados são os dos deputados Sílvio Costa Filho Romário Dias.

Forte aliado de Dilma, Armando começou a carreira política no PSDB, em 1990.

Ele migrou para o PMDB em 1997 e ingressou no PTB em 2003.

O senador tem 62 anos.