Por Adriano Oliveira, cientista político e professor da UFPE No período de 2003-2010 as operações da Polícia Federal aumentaram.
Neste período, 1.275 operações aconteceram.
Até 2009, cresceram continuamente.
Do total das 1.275 operações, 68% tinham origem exógena. 30% origem híbrida e 2% endógena.
Organizações criminosas de origem exógena surgem à margem do estado.
Seus atores não fazem parte do poder estatal.
As organizações híbridas têm origem no estado e à margem dele.
Neste caso, as organizações são formadas por funcionários do estado e atores estranhos a ele.
As organizações que nascem dentro do estado têm origem endógena.
Desse modo, as organizações são integradas por funcionários do estado.
Em 2006, a PF realizou a Sanguessuga.
O objetivo foi o desbaratamento de suposta quadrilha que atuava no Ministério da Saúde.
No ano de 2011, investigou o “mensalão do DEM”.
Segundo a operação, políticos recebiam propinas. É exagero afirmar que a Lava Jato é um marco no combate à corrupção.
A cada operação da PF marcos são construídos.
As operações têm contribuído para sugerir aos indivíduos dispostos a cometerem delitos que podem ser presos e punidos.
Aliás, o exitoso trabalho da PF não decorre apenas do esforço dela.
O sistema punitivo brasileiro é integrado por polícias, MP e Judiciário.
Tais instituições têm contribuído para que sentimentos de impunidade sejam arrefecidos.
A Lava Jato aperfeiçoará as instituições. É possível continuar a realizar obras públicas capturando o estado?
Esta dúvida estará presente entre os atores que se relacionam com o poder público.
A captura do estado é mostrada nas diversas operações da PF no combate à corrupção.
E a captura não ocorre apenas no âmbito nacional, mas também em municípios.
O enfraquecimento da cultura da captura fortalecerá o estado.
Fortalecerá a economia, pois desvios de recursos públicos poderão sofrer diminuição.
O combate à corrupção não ocorre através de único ato.
A Lava Jato é mais uma ação para o enfrentamento de atos delituosos.
O conjunto de operações da PF têm contribuído para o aperfeiçoamento das instituições, para o fortalecimento do medo da punição por parte de atores que desejam cometer delitos e para a mudança cultural, ou seja, “não é só pobre que vai para a cadeia”.