Foto: reprodução do Facebook Por Paulo Veras, repórter do Blog de Jamildo Dos 77 políticos eleitos em Pernambuco em 2014 para os diversos cargos eletivos, apenas três declararam ser negros ao registrar suas candidaturas junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Todos os três candidatos às vagas majoritárias eleitos no último pleito disseram ser brancos: o governador Paulo Câmara (PSB), o vice Raul Henry (PMDB) e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Dos 25 deputados federais eleitos no Estado, nenhum afirmou ser negro.

São 14 parlamentares brancos e 11 pardos.

Já na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que tem 49 vagas, foram eleitos 28 brancos, 18 pardos e três deputados estaduais negros; o que representa apenas 6,1% do total.

Representam a população negra no Legislativo estadual os futuros deputados Edilson Silva (PSOL), Manoel Santos (PT), que já é deputado e tem histórico com sindicalismo rural, e o bispo Ossésio Silva (PRB). “Nós ainda estamos num processo de avanço da agenda de ações afirmativas.

Nós conseguimos, com essas cotas nas universidades, de concursos públicos, e estamos avançando para o Legislativo”, diz Marta Almeida, coordenadora do Movimento Negro Unificado de Pernambuco. “Apesar de alguns partidos já terem suas secretarias de negros e negras, isso não garante que essas candidaturas sejam vitoriosas.

Porque o racismo não deixa”, lembra Marta, que defende que a questão da representação do negro seja discutida dentro da reforma política proposta pelo governo federal.

LEIA TAMBÉM: » Movimento negro quer criar Secretaria Estadual da Igualdade Racial » Pernambuco foi forte núcleo da escravidão no Brasil De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 563 mil pretos em Pernambuco e 4,8 milhões de pardos.

Os brancos somam 3,2 milhões.

A eles, somam-se 83 mil pessoas com a pele amarela e 53 mil alegam ser indígenas.

CANDIDATOS - De todos os 655 pernambucanos que disputaram as últimas eleições, apenas 45 afirmaram ser negros; o que equivale a 6,87 do total de postulantes.

Dentre todos que concorreram no Estado, 49,92% eram pardos e 41,37% disseram ser brancos.

Apenas 1,37% disseram ter a cor da pele amarela e 0,46% alegaram ser indígenas.

Na lista dos 152 pernambucanos que disputaram o cargo de deputado federal, havia apenas 10 negros.

Já dentre os 476 que tentaram uma vaga na Alepe, 31 disseram ser negros.

LEIA TAMBÉM: » Apenas 4,3% da nova Câmara Federal é de negros » Nenhum dos governadores e senadores eleitos em 2014 se declarou negro » Planalto quer incluir representação do negro na discussão sobre a reforma política » Cota para negros no Legislativo está parada há mais de um ano no Congresso Federal Em Pernambuco, são pardos os deputados federais eleitos André de Paula (PSD), Danilo Cabral (PSB), Felipe Carreras (PSB), Gonzaga Patriota (PSB), João Fernando Coutinho (PSB), Luciana Santos (PCdoB), Marinaldo Rosendo (PSB), Pastor Eurico (PSB), Sebastião Oliveira (PR), Tadeu Alencar (PSB) e Wolney Queiroz (PDT).

Ja na Alepe, declararam ser pardos os deputados estaduais eleitos Aglailson Junior (PSB), Aluisio Lessa (PSB), André Ferreira (PMDB), Ângelo Ferreira (PSB), Diogo Moraes (PSB), Guilherme Uchoa (PDT), Joel da Harpa (PROS), Lucas Ramos (PSB), Miguel Coelho (PSB), Nilton Mota (PSB), Odacy Amorim (PT), Pastor Cleiton Collins (PP), Pedro Serafim Neto (PDT), Presbítero Adalto Santos (PSB), Professor Lupércio (SD), Ricardo Costa (PMDB), Tony Gel (PMDB) e Waldemar Borges (PSB).

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