Refinaria Abreu e Lima.
Foto: reprodução/Petrobras Do Jornal do Commercio desta terça-feira (18).
A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em construção no Complexo de Suape, recebeu licença da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para operar algumas unidades do empreendimento.
Na prática, isso quer dizer que pode começar a transformar petróleo em produtos derivados.
A autorização foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU).
No dia 30 de outubro, a Petrobras recebeu a licença de operação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
O óleo só poderia ser processado com a anuência estadual e federal.
Apesar de estar de posse das duas licenças, a Rnest vai operar com restrição nos volumes.
Como não concluiu a construção da unidade SNOX (responsável por remover gases poluentes noprocesso de refino), a Rnest só poderá processar 39% da capacidade da planta.
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A primeira metade da fábrica (chamada de trem 1) pode processar 115 mil barris por dia mas, em função da inconclusão da unidade SNOX só poderá transformar 45 mil barris.
A refinaria deveria iniciar o processamento de petróleo no último dia 4, mas sem a liberação das licenças ostart foi adiado.
Procurada pela reportagem do JC, a Petrobras não informou a nova previsão de data.
Com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, efetuando prisões de outros ex-diretores da Petrobras e de grandes executivos de empreiteiras contratadas na obra da Rnest, falar em festa de inauguração virou assunto-tabu.
A refinaria está em construção desde 2007 e teve o valor da obra multiplicado exponencialmente.
Começou com orçamento de US$ 2,5 bilhões, está atualmente na casa dos US$ 18,5 bilhões e tem previsão de fechar a planilha em US$ 20 bilhões, pelas contas da própria presidente da Petrobras, Graça Foster, que já declarou que a Rnest “não é um bom exemplo a ser seguido.” Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) encontraram sobrepreço de R$ 367 milhões na Rnest, além de um aumento de custos da ordem de R$ 1 bilhão, graças aos recorrentes aditivos de contratos.Mesmo com o estoutro do orçamento, a refinaria não está pronta para operar.
A inclusão da unidade SNOX, apontada tanto pela CPRH quanto pela ANP, mostram que faltou dinheiro para a obra e sobrou para o pagamento de propina e os aditivos de contratos com as empreiteiras, que viraram caso de polícia, literalmente.
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