Foto: Cecilia Sá Pereira/Divulgação Repercutindo o editorial do Jornal do Commercio desta terça-feira (18), intitulado “Canteiro de obras paradas”, a vereadora do Recife Priscila Krause (DEM) foi à tribuna da Câmara para cobrar ao prefeito Geraldo Julio (PSB) esclarecimentos em relação a ações atrasadas e paradas como a Via Mangue e a modernização do Geraldão, ambas na Zona Sul da capital pernambucana.

Com o jornal em mãos, Priscila Krause cobrou que o prefeito “saia de dentro do gabinete” os motivos do atraso e da paralisação das obras. “O que me espanta e assusta é o posicionamento da Prefeitura, do prefeito, que sequer existe.

Quando as obras são iniciadas, tudo parece muito fácil e há muita divulgação.

Agora, quando sobram dúvidas, o silêncio impera”, afirmou.

Após ler o texto, a democrata solicitou que o editorial fique registrado nos anais da Casa José Mariano.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem A atrasada Via Mangue, iniciada ainda na gestão de João da Costa (PT), é uma das obras que estão na lista.

Entregue parcialmente em junho, no sentido Centro-subúrbio, a primeira parte da pista leste da avenida, um trecho com aproximadamente um quilômetro, que funcionaria no sentido contrário, deveria ter sido inaugurada em setembro.

Mas, pelo menos por enquanto, não há prazo certo para a liberação.

Faltam R$ 26 milhões, recurso que depende de empréstimo desde maio junto à Caixa Econômica Federal (CEF).

Foto: Edmar Melo/JC Imagem A Praça Tiradentes foi outro exemplo citado por Priscila Krause e pelo texto do JC. “A Praça Tiradentes, no Cais do Apolo, teve a reforma lançada depois do Carnaval, e estaria pronta em agosto, com jardins, fontes, bancos, brinquedos e quiosques.

Mas há três meses ninguém trabalha ali”, diz o editorial.

Leia o editorial do Jornal do Commercio: Canteiro de obras paradas Tem aumentado de maneira preocupante a quantidade de obras paralisadas no Recife.

A população brasileira já se acostumou ao hábito do anúncio grandiloquente e festivo de projetos que demoram ao sair do papel.

Este ano, infelizmente, vimos a cidade se transformar num canteiro de obras paradas, onde o cronograma atrasado é a regra que frustra expectativas, compromete as finanças das empresas contratadas, e de quebra, provoca desarrumação urbana e a incômoda sensação de abandono.

A administração Geraldo Julio não está conseguindo cumprir a agenda de promessas oficiais.

Muitas obras figuram na lista de parcerias com os governos estadual e federal, o que suscita a suspeita, mais do que pertinente, de penalização política em decorrência do afastamento, nas últimas eleições, entre o PSB e a gestão Dilma.

A tese da retaliação chegou a ser descartada por integrantes do Executivo estadual e municipal, mas a suspeita permanece.

A relação de obras empacadas é grande.

A Praça Tiradentes, no Cais do Apolo, teve a reforma lançada depois do Carnaval, e estaria pronta em agosto, com jardins, fontes, bancos, brinquedos e quiosques.

Mas há três meses ninguém trabalha ali.

A prefeitura alega que somente as peças do jardim não ficaram prontas, e que a obra será entregue em um mês.

Será?

Outras praças se encontram em situação semelhante.

A Via Mangue é um caso à parte.

Inaugurada pela metade, a obra teve o projeto questionado pela atual administração, que herdou, junto com a solução promovida pelas gestões anteriores, um problema de tráfego mal resolvido nos arredores do corredor expresso.

Os canteiros foram desmontados e os quase R$ 30 milhões que ainda faltam para concluir a pista leste dependem agora de financiamento da Caixa Econômica Federal.

Ou seja: vai demorar mais.

As estações fluviais do Rio Capibaribe são um sonho que não parece ter vez na realidade.

Integram o PAC da Mobilidade do governo federal e aguardam liberações de recursos da Caixa.

O ginásio Geraldão deveria ter sido entregue em julho, e agora a nova previsão é para agosto de 2015.

A requalificação do Canal da Arruda deveria estar concluída até os primeiros meses de 2015, o que dificilmente ocorrerá.

O Túnel da Abolição, sob a Av.

Caxangá, não se sabe quando ficará pronto.

Até uma intervenção de pequeno porte, como a criação da Alameda na Av.

Rio Branco, anunciada em fevereiro, seria entregue em dezembro, porém sequer saiu do papel.

O silêncio do prefeito diante da paralisia é um motivo adicional de preocupação.

De fato, há ou não retaliação federal, capitaneada pelo PT – supostamente de olho grande na sucessão municipal de 2016?

Quais as razões para tantos atrasos?

Que dificuldades enfrenta a prefeitura para cumprir os cronogramas?"