Por Adriano Oliveira, cientista político Não existem surpresas quanto às noticias advindas da Operação Lava Jato.
Não existe ineditismo.
Mas existe oportunidade para a ruptura.
Os diversos escândalos de corrupção, em diversas épocas, inclusive nas eras FHC e Lula, mostram que as razões para a formação do presidencialismo de coalizão vão além dos incentivos formais oferecidos pelo Poder Executivo aos parlamentares.
A imprensa, em diversos países, várias vezes, já noticiou práticas ilícitas nas relações entre poderes privado e público.
Portanto, não existem ineditismo e surpresas.
O olhar para a Operação Lava Jato não deve se ater apenas ao tamanho da corrupção.
A presidente Dilma e o PT devem considerar tal Operação como oportunidade única para restaurar a credibilidade do partido e de criarem uma marca para a nova Era Dilma que será iniciada em 2015.
O governo Dilma e o PT estão diante de uma grande oportunidade para afastar atos de corrupção das suas respectivas imagens – Ruptura.
As Eras FHC e Lula foram marcadas pela estabilidade e inclusão social, além de casos de corrupção.
A atual Era Dilma está marcada pela continuidade do governo Lula e reduzido crescimento econômico.
Então, quais serão as marcas da nova Era Dilma?
No momento em que Dilma declarou apoio a Operação Lava Jato, ela iniciou o processo para associar a imagem do seu futuro governo ao combate à corrupção.
Deste modo, Dilma tem a oportunidade única de marca a sua nova Era como a presidente que não tolerou atos de corrupção.
Mas não basta a Dilma apenas declarar apoio a Operação.
Ela precisa considerar a Operação Lava Jato na formação do seu ministério.
Sendo assim, parlamentares suspeitos de atos de corrupção não devem fazer parte do futuro governo – Óbvio.
Declarações de apoio às ações da Polícia Federal devem ser dadas frequentemente.
E distanciamento de membros do PT acusados de envolvimento com casos de corrupção.
Tais atos favorecerão o sucesso governamental de Dilma caso eles estejam atrelados ao crescimento econômico – Causalidade 1.
O sucesso do governo Dilma criará condições do PT vencer a eleição presidencial de 2018 – Causalidade 2.
Estas causalidades são óbvias.
Mas, talvez, os membros do PT desejem manter o poder sem enfrentar os atos de corrupção.
Se esta opção for feita, o PT prejudicará o governo Dilma e colocará em risco a manutenção do poder em 2018.