Foto: reprodução do Instagram de Armando Monteiro Depois de se rebelar contra o posicionamento do PSB no Estado para apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) e da presidente Dilma Rousseff, a vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) adotou um discurso crítico em relação a gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), de quem foi secretária de Juventude por mais de um ano, e se queixou do modo como a prefeitura convocou a audiência pública para discutir o resenho do projeto Novo Recife, que deve ser erguido no Cais José Estelita, no bairro de São José. “A convocação do evento continha inúmeros vícios de legalidade, contrariando a lei municipal.

A gestão não respeitou a antecedência mínima de 15 dias, não proveu informações sobre os prazos e condições para inscrição, tão pouco divulgou a agenda básica da audiência.

Ainda mais, não forneceu os documentos capazes de subsidiar intervenções e apartes, o que também vai de encontro à lei mencionada”, afirmou Marília no plenário da Câmara.

LEIA TAMBÉM: » Redesenho do Novo Recife atende aos pedidos da PCR e amplia em 20% a área pública do empreendimento » Audiência para discutir redesenho do Novo Recife é suspensa pela Justiça A audiência, que ocorreria no último dia 7, foi suspensa pela Justiça porque a convocação não atendeu às especificações da legislação municipal.

Uma nova data ainda não foi anunciada pela Prefeitura do Recife.

Alvo de uma possível expulsão do partido por ter trabalhado contra as campanhas do governador eleito Paulo Câmara (PSB) e do próprio primo Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto, Marília Arraes fez questão de justificar as críticas ao prefeito, recentemente eleito secretário-geral do PSB Nacional, segundo cargo mais importante na Executiva da legenda. “Independentemente de posição política, é dever de todos os vereadores fiscalizar o poder Executivo”, disse Marília Arraes.

Imagem: Consórcio Novo Recife “Na qualidade de vereadora do Recife, tenho o dever de fiscalizar o cumprimento das normas e dizer que a tramitação do Novo Recife não pode continuar seguindo de forma tão obscura.

Foi com muito esforço que a sociedade e a legislação evoluíram e, agora, temos leis que aumentam a transparência da Administração Pública e que possibilitam a participação popular no processo de tomada de decisões”, queixou-se ainda.

REDESENHO - Apresentado à imprensa no último dia 6, o redesenho do Novo Recife atende às diretrizes urbanísticas solicitadas pela Prefeitura do Recife depois de ouvir o movimento Ocupe Estelita, contrário ao empreendimento, e representantes de entidades da sociedade civil.

A rediscussão aconteceu após a ocupação do terreno no cais por ativistas do movimento.

Dentre as principais mudanças está a diminuição da altura dos prédios na área próxima ao Forte das Cinco Pontas; a criação de binários e conclusão da Avenida Dantas Barreto até a frente d’água; e a instalação de lojas de comércio e serviços no térreo, tornando os prédios de uso misto.