Foto: Percio Campos (Efe) Passada as eleições, o PT de Pernambuco vai buscar se colocar como o principal interlocutor político do governo federal com o Estado, assumindo um espaço que havia aberto mão em função da aliança com o ex-governador Eduardo Campos, que rompeu com o Planalto no ano passado para lançar uma candidatura alternativa à da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo PSB, levando PSB e PT para campos políticos opostos. “A gente não pode abrir mão de ser um canal de interlocução com o governo federal”, defendeu o vice-presidente do PT de Pernambuco, Bruno Ribeiro, em entrevista ao Blog de Jamildo.
A relação com o governo federal é um dos tópicos que serão debatidos na reunião da Executiva estadual petista que ocorre nesta terça-feira (11), às 18h. “Quero fazer justiça ao presidente Lula e a presidenta Dilma.
A prioridade foi aos pernambucanos.
Como consequência, houve uma prioridade à articulação com o PSB e com o então governador Eduardo Campos”, reconhece o vice-presidente do PT.
Afilhado político do ex-presidente de Lula, líder maior do PT, Campos faleceu em agosto, em um acidente aéreo ocorrido em plena campanha.
De acordo com Bruno Ribeiro, a oposição entre PT e PSB não vai influenciar a relação institucional entre o governo federal e o Palácio do Campo das Princesas, que será chefiado por Paulo Câmara (PSB) a partir de janeiro.
Bruno Ribeiro, vice presidente do PT de Pernambuco.
Foto: Reprodução/Internet De acordo com Bruno Ribeiro, isso não quer dizer que o PT e o PSB de Pernambuco não adotarão posturas divergentes.
No segundo turno da corrida presidencial, os socialistas apoiaram Aécio Neves (PSDB) e isso foi visto como uma mudança no eixo histórico e ideológico da legenda. “Não vamos mais assistir ao que fizeram ao esconder os investimentos federais.
Queremos deixar claro que obras são parcerias, quais são individuais”, explicou o petista.
BALANÇO E INFIÉIS - Outros dois temas devem ocupar a pauta da Executiva do PT pernambucano.
Um deles, é a relação com os infiéis, que descumpriram a orientação partidária e apoiaram candidatos de oposição na última campanha.
Um grupo de trabalho já foi escolhido pela legenda para levantar as situações em que isso ocorreu.
Parte da pauta também será ocupada por um balanço das últimas eleições.
No primeiro turno, o PT teve um resultado negativo; não conseguiu eleger nenhum deputado federal e o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) perdeu a disputa pelo Senado.
Já no segundo turno, Dilma alcançou mais de 70% dos votos no Estado.
Entender essa dinâmica é central para o PT enfrentar as eleições de 2016 e 2018.
O processo deve ser discutido gradualmente.
Uma nova reunião da Executiva deve ser marcada para o início de dezembro, logo após o encontro do Diretório Nacional do PT, marcado para os dias 28 e 29 deste mês.
Até o final do ano, o Diretório estadual do partido também deve realizar um encontro para analisar o posicionamento político em Pernambuco.