Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados Líder do DEM na Câmara Federal, o deputado pernambucano Mendonça Filho deu entrada em pedidos de convocação para que os ministros Marcelo Neri, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, vão ao Congresso explicar o atraso em um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) que mostrou o crescimento no número de miseráveis no Brasil.
A oposição acredita que os dados foram adiados para não prejudicar a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). “O atraso na divulgação do estudo para evitar o período da campanha eleitoral mostra uma manipulação clara dos dados para beneficiar a candidata à reeleição a presidência da República.
Depois da contabilidade criativa para maquiar as contas públicas agora nos deparamos com a maquiagem social”, afirmou Mendonça.
A Secretaria de Assuntos Estratégicos é responsável pelo Ipea e o Ministério de Desenvolvimento Social está à frente do programa Brasil Sem Miséria, lançado por Dilma em 2011 para acabar com miséria no País.
Mendonça Filho também pediu a convocação do presidente do Ipea, Sergei Soares.
Os requerimentos foram realizados junto às comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Desenvolvimento Econômico.
Lançado apenas após as eleições, o estudo do Ipea mostra que o contingente de pessoas que vive na extrema pobreza no País passou de 3,6% para 4% da população nacional.
O aumento representa um aumento de 370 mil pessoas na faixa da população que vive com menos de R$ 70 por mês. “Diante dos números que colocam em xeque a atual política de combate à miséria no Brasil, e do momento escolhido para a divulgação do aumento no número de miseráveis, julgamos fundamental que os ministros e o presidente do IPEA venham a Câmara prestar esclarecimentos”, justifica Mendonça Filho. “Os números causam espanto, ainda mais quando se tem em mente que o atual governo se vangloria da queda da desigualdade no Brasil.
Esse foi, inclusive, um dos motes da campanha pela reeleição da presidente Dilma.
Ao que tudo indica, o pífio crescimento econômico e a alta inflação afetaram o combate à miséria”, critica o deputado.
Após uma campanha eleitoral marcada por diversos ataques e calúnias, Dilma Rousseff foi reeleita no dia 26 de outubro com 51,64% dos votos válidos, contra 48,36% do senador Aécio Neves (PSDB).