Refinaria Abreu e Lima.
Foto: reprodução/Petrobras Prometido para esta terça-feira (4), o início das operações da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), será adiado.
Segundo informações extra-oficiais, a produção deve ser iniciada ainda neste mês de novembro.
Apesar de ter conseguido a licença da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), concedida nesta segunda-feira (03), o empreendimento ainda precisa de uma autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para dar início às suas operações.
A licença concedida pela CPRH permite que seja iniciada a operação da primeira linha de produção, conhecida como “trem 1” e tem validade até 30 de outubro de 2015.
Essa primeira etapa terá a capacidade de processar até 45 mil barris de petróleo por dia.
De acordo com o diretor presidente da CPRH, Paulo Teixeira, a Petrobras deve, nos próximos dias, enviar novos relatórios para que sejam dadas novas licenças.
No entanto, Teixeira explica que a estatal ainda não deu entrada na licença para a operação da segunda linha de produção (trem 2), com início das operações previstas para maio de 2015.
As obras da Refinaria Abreu e Lima foram diretamente envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A Lava-Jato resultou nas prisões do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef e foi o estopim para o escândalo de desvio de dinheiro da estatal para pagar propina a parlamentares que teriam movimentado até R$ 10 bilhões.
Parecer do Ministério Público Federal (MPF) aponta superfaturamento de R$ 613,3 milhões na construção da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR) da Rnest.
A obra é executada pelo consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o CNCC teria repassado cerca de R$ 38 milhões para empresas do doleiro Alberto Youssef através da Sanko, uma empresa de tubos e serviços que é fornecedora do consórcio.
Tanto o CNCC, quanto a Sanko, negam terem pago dinheiro a Youssef como parte do esquema.
Quando Youssef foi preso, em março deste ano, a PF encontrou referência a sigla CNCC no documento que registraria o pagamento de R$ 7,9 milhões a Paulo Roberto Costa entre julho de 2011 e julho de 2012.
PDVSA - A construção da Refinaria Abreu e Lima foi costurada em 2005 pelos ex-presidentes Lula (PT), do Brasil, e Hugo Chávez, da Venezuela.
A ideia era que a Rnest refinasse petróleo da estatal venezuelana PDVSA, o que acabou não progredindo.
A falta de acordo com a PDVSA, que bancaria 40% da Rnest, é apontada como um dos fatores para o atraso no empreendimento, inicialmente previsto para ficar pronto em 2011.
De acordo com o décimo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a previsão era que o investimento terminasse 2014 em R$ 35,7 bilhões na construção da Rnest.
A Refinaria Abreu e Lima deve ser concluída em maio de 2015.
Ela terá capacidade de refinar até 230 mil barris de petróleo por dia.
Seu principal objetivo é produzir 26 mil metros cúbicos de óleo diesel diariamente.