Foto: Reprodução/Internet O caixa eleitoral dos parlamentares brasileiros recebeu cerca de R$ 1,38 milhão em doações de pelo menos 307 secretários de gabinetes.

As doações foram feitas em dinheiro ou contabilizadas como trabalho prestado de graça.

Em alguns casos, as contribuições em dinheiro ultrapassam o valor dos salários recebidos pelas pessoas que fizeram as doações.

Um quarto dos parlamentares em atuação na Câmara - o equivalente a 128 deputados - recebeu o reforço no caixa eleitoral de seus prestadores de serviço.

Já no Senado, dos 38 senadores que concorreram a um cargo nas eleições de 2014, 10 receberam ajuda financeira de seus gabinetes, segundo informa a revista Congresso em Foco.

O partido que mais se beneficiou com as doações foi o PT e a maior doação registrada foi a do assessor José Maurício Braga, do gabinete do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

O assessor fez uma doação de R$ 43 mil, quase cinco vezes mais que o salário de R$ 8,7 mil que recebe para prestar serviços no gabinete. “Ele podia doar muito mais.

Eu é que não quis. É um cara rico, empresário, e adora política. É meu braço direito.

Seria abjeto se cobrássemos dízimo de servidores”, justificou Marcus Pestana.

Uma situação curiosa também aconteceu no gabinete do deputado federal pernambucano André de Paula (PSD).

O gabinete contratou os serviços do secretário parlamentar João Antônio Caixeiro no dia 18 de julho com o maior salário: R$ 12,9 mil.

Cinco dias depois, Caixeiro fez uma contribuição de R$ 10 mil para a campanha eleitoral do deputado. “Percebo a conexão que poderia existir, mas ele devia estar há mais tempo no gabinete.

Foi meu assessor em legislaturas anteriores.

Ele é um senhor de 78 anos", justificou André de Paula, informando que o assessor teve problemas para iniciar as atividades no gabinete por causa de uma empresa fantasma que foi aberta em seu nome.