Foto: Reprodução/Internet Julio Camargo, diretor da Toyo-Setal (empresa com contratos de cerca de 4 bilhões com a Petrobras) é o primeiro executivo de grandes empresas a fazer um acordo delação premiada com a Polícia Federal (PF) para conseguir abrandamento de sua pena.

Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.

Paulo, Camargo disse em sua delação que doou cerca de R$ 6 milhões para 13 partidos, entre eles, PT, PR, PSDB e PSB.

As doações aos partidos aconteceram entre os anos de 2006 e 2014.

O PT foi o partido que mais se beneficiou, com 38% do valor repassado, o que equivale a R$ 2,56 milhões.

O segundo partido que mais recebeu em doações foi o PR, com R$ 2,49 milhões, ou 36,9% do total repassado.

O resto do dinheiro foi repassado em valores menores para partidos da base como PMDB, PRTB, PP, PC do B, PSB, PSL e PTN.

Partidos de oposição também receberam dinheiro de Julio Camargo, entre eles o PSDB, que teria recebido R$ 162 mil.

O PSB, na época integrando a base aliada da gestão petista, teria ficado com R$ 34 mil.

Os outros partidos da oposição que também teriam recebido os repasses foram PV e PPS.

Outros R$ 2 milhões foram doados pela Toyo-Setal.

Julio Camargo é investigado sob a suspeita de ter pago propina para conseguir obras na Petrobras.

Três empresas controladas pelo executivo repassaram R$ 13,4 milhões à GFD, firma do doleiro Alberto Youssef.

Como a GFD não possuía atividade, procuradores consideraram todos os repasses como propina.

Para receber os benefícios da delação, Camargo terá de contar tudo o que sabe do esquema e ainda pagar multa de R$ 40 milhões.

Também aceitaram o acordo de delação o próprio Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

No interrogatório, Julio Camargo mencionou o nome de Renato Duque, que ocupou a diretoria de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012.

O nome do ex-diretor também já havia sido mencionado na delação de Paulo Roberto Costa.

Duque nega as acusações e diz que está processando Costa.

Por meio de assessoria, o PT reafirmou a legalidade das doações.

O PR não se pronunciou.