Por Adriano Oliveira Governantes precisam avaliar riscos e oportunidades.

As conjunturas oferecem riscos e oportunidades aos governantes.

Os riscos estão presentes na conjuntura em formas de eventos e desafios.

Ambos precisam ser detectados previamente pelos governantes.

Com isto, eles adquirem condições de criar estratégias eficientes para lidar com eles.

Porém, tais estratégias nascem da interpretação sábia da conjuntura.

Quais são os desafios do futuro governo Dilma?

São vários e visíveis.

Aumento do investimento público em infraestrutura, transparência fiscal, retomada do crescimento econômico, reforma política e enfretamento da corrupção.

Os três primeiros são os desafios econômicos.

A reforma política é o desafio institucional.

E o último, o desafio moral.

Caso os desafios não sejam superados, os riscos estarão presentes ao longo do novo mandato da presidente.

Saliento que a contemplação dos dois primeiros desafios possibilitará o crescimento econômico.

A superação dos desafios econômicos trará aumento da popularidade do governo.

Por consequência, ofertará condições para que ele construa relação frutífera com o Congresso Nacional e consiga fazer, através de plebiscito ou referendo, a reforma política.

Porém, se os desafios econômicos não forem superados, a presidenta não terá boa relação com o Congresso Nacional e, claro, com a opinião pública.

A sensação de bem-estar dos eleitores advirá do crescimento econômico.

Mas também da manutenção da reduzida taxa de desemprego e na construção de sentimentos de bem-estar para todas as classes, os quais poderão surgir através do aumento da renda e do consumo.

A contemplação do desafio econômico é a causa principal para a conquista do apoio da opinião pública.

E, por consequência, a conquista do apoio parlamentar.

Afastar escândalos de corrupção do governo é outro desafio de Dilma.

O sucesso na superação do desafio econômico tem condições de encobrir escândalos de corrupção.

Porém, qual o tamanho do crescimento econômico que permite que atos de corrupção no governo passem a ser problemas secundários para a opinião pública?

Diante desta dúvida, o adequado é afastar escândalos de corrupção do governo.

Quais serão as consequências eleitorais caso ocorra a superação dos desafios econômico, institucional e moral?

A primeira consequência virá nas eleições de 2016.

Ou seja: o PT adquire condições de conquistar prefeituras, em particular as das cidades maiores.

A segunda consequência será observada na próxima eleição presidencial.

Neste caso, a presidente Dilma obtém condições de fazer o sucessor, em particular, o ex-presidente Lula.

Mas se os desafios apresentados não forem superados?

O contrário irá ocorrer.

Ou seja: o PT não adquire condições de ter bons desempenhos eleitorais nas eleições de 2016 e 2018.

PS; Adriano Oliveira apresenta-se como Doutor em Ciência Política.

Professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Sócio da Cenário Inteligência.

Autor de vários artigos e livros sobre o comportamento do eleitor brasileiro.