Foto: Gilson Pereira/Prefeitura de Petrolina Por Júlio Lóssio, especial para o Blog de Jamildo Esta semana eu vi muitos dos que tiveram o seu desejo contrariado nas urnas reagirem com indignação e com fortes críticas aos pobres e aos nordestinos pela reeleição da Presidente Dilma Roussef.
Uma fúria de preconceito que beira a insanidade e o profundo desrespeito às regras da democracia que diz: Que vença a maioria!
Mas o resultado, de fato, poderia ter sido outro.
Aécio Neves poderia ter sido eleito presidente.
E, aí, eu me pergunto: Seria aceitável alguns reagirem com a mesma fúria ao dizer uma das frases a seguir?
Infeliz é você, que sempre teve casa própria, mas não elegeu a Presidente que me permitiu, pela primeira vez, entrar e viver na casa da minha vida.
Miserável é você, que sempre pagou as melhores escolas para o seu filho, mas não permitiu a reeleição da Presidente que possibilitou ao meu filho, mesmo oriundo de escola pública, ter acesso à universidade.
Imbecil é você que sempre pagou cursos no exterior, mas não permitiu reeleger a minha Presidente que possibilitou ao meu filho fazer um curso fora do país e, assim, poder conhecer outras culturas e aprender outros idiomas.
Maldita é você, patroa, que sempre me negou direitos quando trabalhei de doméstica em sua casa e não permitiu a reeleição da Presidente que me garantiu direitos trabalhistas básicos que sempre me foram negados.
Morra você, que sempre ganhou altos salários, que nasceu em berço de ouro e que não permitiu a reeleição da Presidente que garantiu o poder de compra do salário mínimo que sempre foi a única remuneração que eu ganhei.
Dane-se você, que elogia a criação do bolsa escola, do vale gás e de tantos outros programas sociais, mas não reelegeu a Presidente que juntou tudo isso para beneficiar a família e ampliou para todos nós, pobres e sem oportunidades, o direito ao básico, fazendo-nos fugir da miséria humilhante.
Frases como essas, ou tantas outras que temos visto nos últimos dias, nada mais são que uma agressão à democracia.
Venham dos mais ricos ou dos mais pobres, representam o extremismo do inconformismo com a decisão da maioria.
A mesma maioria que elegeu Collor, que elegeu Fernando Henrique, que elegeu Lula, que elegeu e agora reelege Dilma.
A maioria que consolida em nosso país uma democracia forte e duradoura.
Que permite a alternância ou não de poder, mas que é, acima de tudo, propulsora dos avanços que, dia a dia, fazem do Brasil um país melhor, independente de quem esteja no comando.
Assim, viva a democracia!
Abaixo o preconceito!
E sigamos certos de que caminhamos para uma sociedade menos desigual e mais justa!
Julio Lóssio é prefeito de Petrolina