Construção da fábrica da Fiat em Goiana.

Foto: Marcela Balbino/BlogImagem.

Na última semana de campanha, a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT) concentraram as forças na região Nordeste.

Com vistas a garantir a paternidade da obra da Fiat/Jeep em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, a dupla petista realizou uma visita à fábrica da empresa, falou com funcionários e realizou um comício no centro do município.

E a carga surtiu efeito.

No primeiro turno, 49,65% dos eleitores da cidade votaram em Marina Silva (PSB).

Depois, 79,53% do eleitorado optou pela petista.

Marcando território sob o projeto, o governo de Pernambuco, por meio da secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, fará nesta terça-feira (27) a apresentação dos primeiros resultados do Diagnóstico Socioeconômico e Territorial para a Gestão Integrada na Área de Influência do Polo Automotivo, realizado pelo consórcio Diagonal/Ceplan.

Dilma em visita a fábrica da Jeep, em Goiana.

Foto: divulgação A pasta vai apresentar dados inéditos sobre aspectos econômicos da iniciativa no Estado, como impactos na geração de empregos, no Produto Interno Bruto do Estado, na massa salarial e na arrecadação dos municípios.

Questões demográficas, calculadas a partir da implantação do novo polo de desenvolvimento, também serão alvo da apresentação.

A 62 quilômetros do Recife, a cidade que recebeu a cobiçada fábrica da Fiat em Pernambuco estava dividida quanto ao candidato que seria escolhido no segundo turno presidencial.

O legado deixado pelo ex-presidente Lula e por Eduardo Campos permanecia vivo na memória dos moradores.

Na cidade, o ex-presidente Lula exaltou a fixação da Fiat no município. “Qual é o nordestino de Goiana que imaginou em ter uma indústria automobilística aqui?

Mas meu sonho só acaba quando todo morador de Goiana puder comprar seu carrinho Fiat”, esbravejou Lula.

A fábrica da Fiat foi um dos trunfos usados pelo PT contra o adversário tucano.

No primeiro turno, em Minas Gerais, o PSDB atacou o candidato ao governo mineiro Fernando Pimentel (PT) usando a empresa de automóveis.

Dilma em discurso na cidade de Goiana.

Foto: PT Em um vídeo da campanha de Pimenta da Veiga, postulante do PSDB, o narrador diz que a ida de nova fábrica para Pernambuco foi culpa do petista Pimentel, quando ministro, mas não passou pelo Ministério do Desenvolvimento a decisão de fábrica da montadora no Brasil.

Foi decisão dos executivos na carona pela guerra fiscal entre Minas e Pernambuco do então governador Eduardo Campos, que deu mais incentivos fiscais.

Fachada da fábrica da Jeep.

Foto: BlogImagem.

DADOS – O polo automotivo vai produzir anualmente até 200 mil veículos.

O primeiro modelo será o Jeep Renegade, nova plataforma global da montadora que foi apresentada oficialmente na Suíça.

O empreendimento, iniciado em 2010, deve ser concluído no primeiro trimestre de 2015 e gerar cerca de oito mil empregos diretos.

Todo o polo terá mais de R$ 7 bilhões em investimentos, somando a montadora e as sistemistas.

Os fornecedores totalizam 16 fábricas.

Além da montadora, a Fiat terá em Goiana um centro de treinamento, um centro de pesquisa e desenvolvimento, uma pista de testes e um campo de provas.

Ao todo serão 8 mil trabalhadores no polo.

A Fiat Chrysler iniciou as contratações pernambucanas no ano passado e fechou 2013 com 350 funcionários.

Segundo a companhia, operários no canteiro de obras em Goiana também estão sendo capacitados para que possam disputar uma das vagas oferecidas na Fiat, quando a fábrica começar a funcionar.