Foto: Bruno Magalhães/Divulgação Por Marcela Balbino, repórter do Blog de Jamildo Nem mesmo o arco de alianças construído pelo tucano Aécio Neves (PSDB) no segundo turno foi capaz de conter a derrota contra a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

Depois de ter saído com novo impulso do primeiro turno, quando todas as pesquisas indicavam Marina Silva na disputa com a petista, o tucano recebeu apoio de três presidenciáveis: Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo (PSC) e a própria Marina (PSB).

Porém, na abertura das urnas, Aécio ficou com 48,55% dos votos e Dilma ganhou com 51,45%.

Em Pernambuco, o empenho dos políticos do PSB e da família do ex-governador Eduardo Campos na campanha de Aécio também não conseguiu frear o crescimento e a força da militância pró-Dilma.

Principal fiadora da campanha socialista no Estado, Renata Campos, viúva do ex-governador, escreveu uma carta declarando apoio ao tucano e gravou um guia mostrando que o candidato era o caminho para “mudar o Brasil”.

Para adentrar no eleitorado nordestino, o tucano veio para o reduto socialista e participou de uma caminhada em Sirinhaém, cidade do interior pernambucano que deu mais votos para Marina Silva no primeiro turno.

VEJA GALERIA DA CAMPANHA DE AÉCIO NEVES: Do ponto de vista estratégico, os mais críticos argumentam que Aécio cometeu falhas em diversas etapas da campanha e só chegou ao segundo turno por causa do endurecimento do PT contra a candidata Marina Silva.

Na largada, errou na comunicação e no marketing.

Em seguida, falhou em responder rapidamente às denúncias sobre a construção de um aeroporto em terras que pertenceram à sua família, em Minas Gerais.

De quebra, custou a acertar a estratégia diante da subida de Marina nas pesquisas.

Na avaliação do tucanato, Aécio se beneficiou dos ataques de Dilma a Marina, porque sem os fortes ataques da campanha petista a queda da candidata do PSB não seria tão acentuada.

A ofensiva do PT em cima da vida pessoal do candidato também surtiu efeito nas urnas.

Apesar de Aécio manter o tom elevado nos debates contra Dilma, os ataques da presidente bateram forte ante o eleitorado do candidato.

No confronto do SBT, um dos mais exaltados dos quatro realizados, a presidente usou as palavras “bêbado” e “drogado” no momento em que lembrou que o rival foi multado na Lei Seca.

A postura pegou mal para os dois postulantes, que retomaram as propostas nos debates seguintes, evitando ataques pessoais.

A falta de água em São Paulo foi outro fator apontado pela cúpula da campanha de Aécio como responsável pela recuperação de Dilma Rousseff na reta final da eleição.

A crise foi explorada pela propaganda petista e seria o principal motivo da redução da vantagem do tucano no Sudeste.

Como os aecistas temiam, o problema no abastecimento drenou os votos de Aécio.