Foto: reprodução do Flickr do PMDB Por Fernando Castilho, especial para o Blog de Jamildo Colunista de Economia do Jornal do Commercio Contra fatos não há argumentos.
O candidato Aécio Neves do PSDB perdeu para Dilma Rousseff no seu estado.
No primeiro e no segundo turno.
Perdeu ainda no Rio de Janeiro onde não construiu uma aliança política que fosse percebida como oposição.
E São Paulo não lhe deu os 10 milhões de votos a mais que precisava para suprir a diferença no Norte e no Nordeste.
Para completar, Dilma teve mais votos no Nordeste em 2014 (20.132.045) que ela mesmo teve em 2010 (18.405.389).
Dito de outra forma: sua campanha não conseguiu mostrar aos brasileiros que tinham uma proposta melhor.
Talvez não tenha sido capaz de não só de se defender da ferocidade da campanha do PT como atacar e apresentar ao país uma solução melhor.
Sem isso o cidadão comum fez uma conta de padaria e comprou o discurso do PT de " Não troque o certo pelo duvidoso".
A questão da corrupção foi uma marca importante e educadora.
Mas depois de 12 anos parece claro que o cidadão comum já não reage com tanta indignação como as nações mais desenvolvidas ao tema.
Isso exige educação, informação e mais eleição.
A civilização sempre caminha para frente e em algum momento vamos prestar mais atenção a isso e tomar decisões levando isso em consideração.
E não se pense que o cidadão brasileiro é corrupto ou acha isso certo.
Nada disso.
Mas apenas isso ainda não faz ele decidir seu voto.
Pode-se dizer o Norte e o Nordeste deram a Dilma os votos que ela precisava.
Certo, mas 46,67% no Rio Grande do Sul, 35,41% em Santa Catarina e 39,02% no Paraná e 35,69% em São Paulo votaram na Dilma.
Ela ganhou a eleição porque nas demais regiões sua proposta também foi aceita. É injusto dizer que foi o Norte e o Nordeste que elegeram Dilma.
Essa visão separa o país entre os bons do Sul e Sudeste e Centro Oeste e os ruins das regiões mais pobres.
Não é só isso.
Dilma foi bem votada nessas três regiões.
O cidadão comum fez, especialmente no Norte e Nordeste, uma conta do que a proposta de Dilma lhe assegura um conforto social com a de outra que apenas lhe prometia que não iria acabar isso.
Se as demais regiões apostassem mais em Aécio como ele esperava os mesmos eleitores que apostaram em Dilma apoiariam Aécio no primeiro mês de pagamento do Bolsa Família.
E onde está então o risco de um segundo mandato Dilma Rousseff que políticos experientes já falam e se preocupam?
No passivo que existe no Petrolão de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef.
Talvez esse seja o grande problema do segundo governo Dilma.
Esqueça a matéria da Veja da última sexta-feira.
A ameaça não está no PIG (Partido da Imprensa Golpista) está num juiz chamado Sérgio Moro que acompanha junto a Policia Federal no Paraná a leitura do espetacular banco de dados que o ex-diretor da Petrobras reuniu e está apresentando gradativamente. É isso que assusta o governo inteiro e parte do Congresso.
Estamos diante de um banco de dados que foi montado para atuar no Estado (e isso inclui gente dos três poderes).
Com saída e entrada de recursos, transferência de valores e pagamentos regulares a muita gente.
Diante dele, o mensalão é coisa de Amador.
O resto Dilma vai tentar refazer.
Ela vai querer dar uma geral no governo, afirmar um compromisso com o mercado e até mesmo tentar um acordo político com o Congresso.
Mas não se deve esquecer.
Dilma deve mais a Lula e ao PT que em 2010.
Em 2010 o país lhe deu em cheque em branco e o fiador era Lula.
Em 2014, Lula e o PT tiveram que empenhar garantias muito maiores tiveram que assumir todos os riscos.
Como que dizendo assim: olha, nós vamos podemos te eleger de novo.
Vamos provar que “nós” podemos eleger quem a “gente” quiser inclusive você que não se costurou sozinha.
As pessoas esquecem que foi o comando do PT quem “fez” a campanha, a levou para a vala suja onde ela teve que enlamear com mentiras a obrigou a bater como homem e a defendeu como irmãzinha.
E essa conta o PT vai lhe cobrar.
Dilma é mais refém do PT e de Lula que em 2010.
O resto a gente já sabe e já pode até prevê na área econômica o cipoal de problemas que ela terá que resolver no novo governo novo.
O marqueteiro João Santana não vai lhe dizer como governar.
Ele já conclui se trabalho.
A festa de Dilma ontem foi uma mostra da emoção do PT e de com sua militância atua e do que é capaz de fazer.
Mas curiosamente ela lembrou uma festa muito parecida com a do Partido Republicano no dia 7 de novembro de 1972 para Ricahed Nixon quando ele se reelegeu.
Tomara que a festa de ontem em Brasilia não nos leve a uma outra data, 9 de agosto de 1974, quando do Caso Watergate.
E que a Revista Veja não tenha que fazer o papel do The Washington Post.
Tomara mesmo.