Fernando Henrique Cardoso ao lado de Aécio Neves na campanha de 2014.
Foto: Orlando Brito/PSDB Em meio à polêmica da dificuldade de abastecimento de água em São Paulo, estado governado pelo PSDB, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, na manhã desta quinta-feira (23), em entrevista à Rádio Jornal do Recife, que nunca sofreu com a falta de água em seu apartamento, na capital paulista. “Nesse momento tem.
Como é prédio, sempre guarda água.
Eu nunca sofri falta de água”, disse.
Em São Paulo, moradores de algumas cidades e de bairros da capital têm se queixado da falta de abastecimento de água em alguns horários do dia, após a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Os paulistas têm dificuldade de abastecimento devido a queda no nível de água do Sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas.
OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA À RÁDIO JORNAL Em passagem por Petrolina, no Sertão de Pernambuco, na última terça-feira (21), a presidente Dilma Rousseff (PT) criticou o PSDB, partido do adversário Aécio Neves, pelo problema. “São Paulo, o estado mais rico do país, não se preparou para a seca.
Já o governo federal se preparou e trouxe água para o Nordeste”, disse Dilma, às margens do Rio São Francisco, cuja água da Transposição começou a ser bombeada nessa semana, após falhas nos primeiros testes.
Foto: reprodução da Internet NORDESTE - Questionado sobre o discurso petista de que abandonou o Nordeste, FHC negou que o PSDB tenha qualquer tipo de preconceito com a região. “O meu vice foi o Marco Maciel.
Não tem como dizer que eu tenho preconceito contra o Nordeste”, disse o ex-presidente, que lembrou que seus avós nasceram em Viçosa, no interior de Alagoas. “Isso não tem nenhum sentido. É simplesmente eleitoreiro.
E perigoso!
Porque é lançar uma parte do Brasil contra o Brasil”, se queixou.
Fernando Henrique disse não ter dúvida de que as gestões do PT no governo federal foram mais generosas com o Nordeste, mas disse que isso ocorreu apenas porque a conjuntura deixada pelo seu governo era melhor que a que ele recebeu.
Ele também lembrou que foi na sua gestão que foram criados os primeiros programas sociais da região, como Seguro Contra a Seca e o Bolsa Escola, além da conclusão dos portos de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Arquivo LULA E DILMA - Fernando Henrique também se queixou do tratamento que o ex-presidente Lula (PT) e que a presidente Dilma Rousseff têm dado ao seu governo, amplamente criticado neste segundo turno.
Para ele, a desconstrução se tornou uma obsessão do ex-presidente Lula. “A tática do PT e do ex-presidente Lula é de demonizar os adversários”, afirmou. “Fico triste de ver como é que uma pessoa se transformou tanto e se transformou no arauto da tragédia”, afirmou, depois de lembrar que conhece o presidente desde a época em que ele era um líder sindical em São Bernardo, Região Metropolitana de São Paulo. “Fico triste porque eu acho que a presidente Dilma tem mais integridade”, se queixou, sobre os ataques de Dilma de que a gestão do PSDB seria corrupta.
Irônico, FHC também disse que Dilma merecia o Nobel de tanta incompetência na economia e disse haver uma “má-fé extraordinária” por parte da petista.
Ele também lembrou de momentos em que Lula e outros petistas elogiaram o seu governo, após assumir, em 2003.
Foto: Agência Brasil PSDB - O ex-presidente assumiu, porém, que boa parte das críticas é resultado da incapacidade dos tucanos em defender o seu legado. “O clima era tão pesado de críticas que os candidatos do PSDB tinham medo de perder a eleição se defendessem o governo.
Uma coisa errada”, reclamou. “O Aécio Neves teve uma posição corajosa e enfrentou.
E o resultado é positivo porque ele está aí competitivo”, elogiou.
FHC disse ainda que prefere ficar à margem dessa discussão e deixar que a história o julgue.
O tucano disse que sequer recebe a aposentadoria presidencial a que tem direito.
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