Aécio Neves ao lado de João Lyra Neto, de Paulo Câmara e de Geraldo Julio.
Foto: reprodução do Facebook A quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB) afirmou, em entrevista à Rádio Jornal do Recife nesta quarta-feira (22), que o ex-presidente Lula (PT) não está sentindo que a presidente Dilma Rousseff (PT) irá ser reeleita e, por isso, subiu o tom dos ataques contra o PSDB. “Não é uma campanha de quem está tranquilo, de quem está se sentindo vitorioso”, afirmou Aécio, sobre os ataques disparados por Lula durante um comício no Recife no dia anterior.
Ao lado de Dilma, na capital pernambucana, Lula comparou os tucanos com os nazistas. “De vez em quando, parece que estão agredindo a gente como os nazistas agrediam no tempo da Segunda Guerra Mundial”, disse o petista para milhares de pessoas que o acompanhavam em uma caminhada.
OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE AÉCIO À RÁDIO JORNAL “Não acho apropriado um ex-presidente da República, numa campanha eleitoral, ofender seus adversários apenas porque são adversários”, pontuou Aécio nesta quarta. “Nessa época eleitoral, todo tipo de exploração vem.
Inclusive uma que nós classificamos como sendo abaixo da cintura”, afirmou depois.
Para o candidato tucano, o tom agressivo da campanha petista não condiz com a maturidade da democracia brasileira e prometeu reagir. “Eu não levo desaforo para casa.
Se alguém mente, me ofende, ofende a minha família, eu tenho que responder”, garantiu.
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Durante a entrevista, Aécio reconheceu que a eleição de Lula em 2002 foi importante para a democracia, apesar de dizer que só votou em Lula no segundo turno da corrida presidencial de 1989, quando o petista disputou contra o ex-presidente Fernando Collor, deposto do poder em 1992.
Aécio Neves ao lado de Renata Campos no Recife.
Foto: BlogImagem CLIQUE PARA VER FOTOS DO ALMOÇO DE AÉCIO NEVES NA CASA DE RENATA CAMPOS: RETALIAÇÃO AO PSB - Aécio também repetiu o discurso de que a gestão de Dilma tem retaliado os governos do PSB em Pernambuco e no Recife desde que o ex-governador Eduardo Campos decidiu disputar a Presidência da República. “Me assusta a forma como o PT vem tratando o prefeito da capital.
Será que o governo do PT também vai tratar o governador mais votado no Brasil de forma discriminatória?
Espero que não”, disse Aécio, que se colocou como uma garantia de que o governo federal manterá a parceria com Pernambuco.
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Também pesou o apoio da viúva de Eduardo, Renata Campos.
Filho de Eduardo Campos lê carta de apoio a Aécio Neves.
Foto: Bobby Fabisak/JCImagem A tese de uma retaliação com o Estado surgiu na semana passada, depois que o secretário da Fazenda Décio Padilha afirmou, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que o governo federal havia deixado de repassar mais de R$ 1 bilhão para o governo estadual como uma retaliação à oposição do PSB.
A tese foi rejeitada pelo governador João Lyra Neto (PSB), mas Geraldo Julio se queixou da falta de recursos. “Quando o governo federal deixa de transferir os repasses, por exemplo, para o Hospital da Mulher do Recife, ou a área da Saúde, ou para a feira de Afogados, simplesmente porque o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara tiveram uma posição solidária a Eduardo Campos, eu acho que é um grande equívoco, porque o dinheiro não é deles. É dinheiro público, do cidadão”, cobrou.