Foto: Divulgação Pela primeira vez com a Comissão Nacional da Verdade, presos políticos que passaram por centros de tortura na ditatura militar em Pernambuco revisitaram essas unidades nesta terça-feira (14), em diligência de reconhecimento.

Dentro das instalações do Dops e do DOI-Codi ou por oficiais desses lugares, foram mortas seis pessoas e outras outras 10 desapareceram.

No Estado, foram 51 casos.

Pedro Dallari analisa diligência da Comissão da Verdade em Pernambuco Embora os ex-presos tenham sido convidados a depor para o colegiado federal, um deles não conseguiu falar aos membros da comissão por não estar credenciado para entrar no prédio que abrigou o DOI-Codi até 1978 e hoje funciona o Hospital do Exército do Recife.

Foi o publicitário José Nivaldo Júnior, atualmente com 63 anos, preso e torturado na unidade de 29 de agosto a 5 de outubro de 1973 por ser ligado a Manoel Lisboa, um dos líderes do Partido Comunista Revolucionário (PCR), e ter encontro marcado marcado com outra liderança da organização, Valmir Costa, um alagoano de codinome Gomes.

José foi sequestrado em casa e levado encapuzado, à luz do dia, para o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna do IV Exército.

Ao descobrir que o filho estava preso, o pai do publicitário, um médico conservador, chegou a afirmar que ele estava sendo castigado por se envolver com comunistas.

Porém, ao descobrir que ele estava sendo vítima de agressões e choques, mobilizou a classe política local para tentar livrá-lo do regime.

O máximo que conseguiu foi vê-lo duas vezes, ainda no DOI-Codi.

Após sair da unidade, José foi levado para o Departamento de Ordem Política e Social, o Dops, onde teve a prisão oficializada parou de sofrer violência física.

No arquivo do Dops, há cerca de 21,9 mil prontuários, mas apenas 12 mil nomes foram identificados e confirmados.

Também está nos registros o ex-militar José Adeildo Ramos, hoje com 72 anos e surdo de um ouvido por causa da tortura.

Veja o depoimento dele e de outras pessoas presas na ditadura.

José Adeildo Ramos relata período em que ficou preso na ditadura Lília Gondim relata prisão no DOI-Codi Marcelo Sérgio Martins conta tortura sofrida no DOI-Codi