Foto: reprodução do Facebook Por Maurício Romão, economista e um dos coordenador da pesquisa IPMN/JC A primeira pesquisa do segundo turno da eleição presidencial foi realizada pelo Instituto Paraná, cujo trabalho de campo foi levado a efeito entre os dias 6 e 8 de outubro.
O resultado mostrou Aécio Neves com 54% de intenção de votos e Dilma Roussef com 46%, em votos válidos.
Observado-se os números do levantamento em votos totais constata-se que o tucano teve 49% de intenções de voto e a presidente 41%, com brancos, nulos e indecisos somando 10%.
Desprezando-se as diferenças metodológicas entre institutos, esse percentual da pesquisa do segundo turno para Dilma significa que ela praticamente não agregou adeptos na passagem de uma etapa para outra.
De fato, as últimas 10 pesquisas do primeiro turno indicaram que Dilma tinha chegado à reta final do pleito com um teto de 40% de manifestações de voto.
Isso pode ser visto no gráfico que acompanha o texto.
Das 10 pesquisas finais do primeiro turno, em oito as intenções de voto da petista cravaram o mesmo número: 40%.
Desde que Marina Silva se tornou candidata, a presidente Dilma vinha tendo discreta, porém contínua, ascensão na preferência do eleitorado, suscitando até expectativas de levar o pleito já no primeiro turno, ou abrir uma vantagem de tal sorte que inaugurasse a segunda etapa com larga margem de diferença para quem fosse lhe confrontar.
Com efeito, vendo a evolução de suas intenções de voto em termos de média por subperíodo, em 29 levantamentos de diversos institutos, Dilma alcançava 35% em agosto, 36% na primeira quinzena de setembro, 37% do início da segunda quinzena até o dia 25 de setembro e, finalmente, 40% nas 10 pesquisas finais já mencionadas.
Entretanto, neste último período, o mais crucial do pleito, a candidata do PT não conseguiu romper a barreira dos 40%, não só enterrando de vez a remota possibilidade de findar o certame no primeiro turno, como atestando a resiliência de um significativo contingente de eleitores - nada menos do que 60% - que não lhe queriam conceder o voto.
Os números totais da pesquisa do Instituto Paraná no segundo turno, dada a vantagem elástica para o oposicionista, mostram que a presidente tem pouco espaço para garimpar votos no conjunto dos brancos, nulos e indecisos, e que só pode evoluir mesmo, a ponto de equilibrar a peleja, retirando votos do tucano.
A julgar pelos números oficiais do segundo turno de 2010, os brancos e nulos somaram cerca de 7%.
Se este percentual se repetir em 2014, significa que há três pontos desse conjunto que se vão distribuir entre as duas candidaturas.Mesmo admitindo que Dilma seja a beneficiária total dos três pontos, ainda assim, ela só alcançaria 47% dos votos válidos, enquanto Aécio teria 53%.
As pesquisas a serem divulgadas esta semana devem mostrar, também, Aécio à frente de Dilma.
Resta saber se com margem de vantagem semelhante à registrada pelo Instituto Paraná.