O PT pode ter um trunfo contra a campanha do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) em Pernambuco: as críticas que a campanha do PSDB de Minas Gerais, e o próprio Aécio, dispararam contra a implantação da fábrica da Fiat em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco.
Aécio enfrenta a presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, marcado para o dia 26 deste mês.
As críticas começaram com um vídeo da campanha do candidato a governador apoiado por Aécio em Minas, Pimenta da Veiga (PSDB), que perdeu a disputa contra o petista Fernando Pimentel.
Os tucanos acusaram Pimentel de ter contribuído para que os mineiros perdessem a nova fábrica da Fiat, que vem sendo contruída em território pernambucano.
No final de 2010, Lula havia editado uma Medida Provisória dando incentivos fiscais para a instalação de empresas automobilísticas no Norte, Nordeste ou Centro-Oeste do País.
Já em 2011, como senador, Aécio tentou apresentar uma emenda que permitisse os benefícios também para o semiárido mineiro e capixaba.
A emenda foi vetada por Dilma e por Pimentel, então ministro do Desenvolvimento.
Em um discurso realizado no dia 30 de setembro, Aécio acusou o PT de ser responsável por Minas perder milhares de empregos e cerca de R$ 3 bilhões em investimento.
De acordo com o tucano, a nova fábrica da Fiat deveria ser instalada em Betim, no interior mineiro. “A grande verdade é que esses investimentos saíram daqui pela ação do governo federal do PT, sem que houvesse uma reação sequer das lideranças do PT de Minas Gerais; sem que houvesse uma palavra de solidariedade a Minas por parte dessas lideranças, em especial daquele que hoje disputa o governo de Estado”, disse o tucano, na ocasião.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, publicada na época, a Fiat mostrou insatisfação com o uso político da empresa.
A montadora chegou a fazer uma reclamação sobre o uso de imagem em meio à campanha eleitoral.
Em Pernambuco, a ex-senadora Marina Silva teve 48,05% dos votos, enquanto Dilma teve 44,22%.
Aécio Neves atingiu apenas 5,92% do eleitorado.