Foto: Eduardo Braga/SEI Depois de dois mandatos como vice, João Lyra Neto (PSB) assumiu o Governo de Pernambuco em 4 de abril de 2014, depois que Eduardo Campos renunciou ao cargo para concorrer à Presidência da república.
O então vice-governador se propôs a dar continuidade à obra de Eduardo Campos, apesar de informações de bastidores darem conta de que ele não teria ficado satisfeito pela escolha de Eduardo, que optou por seu ex-Secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), para ser seu substituto no Palácio do Campo das Princesas.
Lyra honrou sua palavra e, mesmo com os compromissos de sua agenda de governador, participou ativamente da campanha de Câmara, estando presente em comícios e atos no Recife e no interior.
Quando o candidato do PSB ainda aparecia atrás de Armando Monteiro (PTB) nas pesquisas de intenção de voto, João Lyra fez questão de lembrar que “em 2006, Eduardo aparecia em terceiro lugar e saiu vitorioso no final.” Foto: Divulgação Longe de ter o carisma de Eduardo, acabou não atuando tanto quanto poderia na campanha de Paulo Câmara.
Um dos fatores que pode explicar esse papel de coadjuvante é a aprovação de seu governo, que enfrenta um índice de rejeição relativamente alto, mesmo estando há poucos meses no cargo.
De acordo com a pesquisa IPMN/JC publicada no início de setembro, 8% da população pernambucana considerava a gestão de Lyra ruim e, 5%, péssima. 39% responderam que o governador tinha uma gestão regular e, 17%, boa.
Apenas 4% dos entrevistados se declaravam plenamente satisfeitos com a gestão Lyra, considerando-a ótima.
Com a rejeição somada à trágica morte de Eduardo Campos, Lyra foi se tornando coadjuvante num filme onde o prefeito Geraldo Julio ganhava o papel de protagonista, assumindo a coordenação de campanha de Paulo Câmara em todo o Estado.
Sem falar na presença forte de Marina Silva, candidata à Presidência pelo PSB que, por duas vezes veio a Pernambuco fazer campanha e pedir votos para Câmara, além da participação na campanha da viúva Renata Campos, importante nome dentro do partido.
Não bastasse isso, João Campos, um dos filhos mais velhos de Eduardo, resolveu se envolver de vez na vida política do Estado e assumir para si o legado do pai, também pedindo votos para Paulo Câmara.
No fim das contas, o que aconteceu foi o que a colunista de política do Jornal do Commercio, Sheila Borges, já havia mencionado: “João Lyra foi ofuscado.”