Por Adriano Oliveira, coordenador das pesquisas da Nassau Especial para o Blog de Jamildo Uma única pesquisa eleitoral representa a fotografia do momento.
Um conjunto de pesquisas eleitorais representa as fotografias de variados momentos.
Neste sentido, recomendo sempre aos candidatos que analisem o conjunto das pesquisas e não apenas uma única pesquisa.
O conjunto das pesquisas sugere tendências.
As tendências podem sofrer inflexões em virtude de estratégias bem sucedidas ou de acasos, os famosos cisnes negros.
As pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) mostram que o desempenho eleitoral de Fernando Bezerra é caracterizado pelo crescimento, ou seja, a conquista de eleitores.
Por outro lado, as pesquisas do IPMN revelam que o desempenho eleitoral de João Paulo é caracterizado pela estabilidade.
Portanto, caso nenhuma estratégia ou acaso interfira na trajetória crescente de Fernando ou na estabilidade de João Paulo, o candidato a senador pelo PSB deve vencer a eleição. É importante salientar que a estabilidade de João Paulo tem razões de ser.
João Paulo foi, inicialmente, o senador de Lula.
João Paulo não se apresentou como o senador de Dilma e Lula – primeiro erro estratégico.
Certamente, motivado por análises equivocadas, João Paulo não acreditou na possibilidade de recuperação de Dilma.
Outra razão para a estabilidade de João Paulo nas pesquisas foi a decisão de casar a sua candidatura com a de Armando Monteiro – segundo erro estratégico.
O candidato do PTB perdeu eleitores.
Mais uma vez, João Paulo não interpretou adequadamente a conjuntura.
E, diante do declínio de Armando nas pesquisas, João Paulo ficou estável.
Por fim, o terceiro erro estratégico de João Paulo foi ter, em 2012, optado por não defender a reeleição de João da Costa.
Com isto, o PSB se fortaleceu no Recife.
Ao contrário de João Paulo, Fernando Bezerra admitiu, desde o início, que foi ministro do governo Dilma.
Mostrou aos eleitores que contribuiu junto com Eduardo para o desenvolvimento de Pernambuco.
E, em momento oportuno, atrelou o seu nome ao de Marina.
Ao fazer este atrelamento e beneficiado pela força do eduardismo, do crescimento eleitoral de Paulo Câmara e da boa avaliação de Geraldo Júlio, Fernando cresceu eleitoralmente. É importante salientar que pela última pesquisa do IPMM, João Paulo não tem no Recife ampla vantagem em relação a Fernando Bezerra.
Esta realidade beneficia o candidato do PSB, pois é na capital pernambucana que João Paulo tem condições de garantir o seu sucesso eleitoral.
São raros os casos nas eleições para o Senado brasileiro que o governador eleito não proporciona o sucesso eleitoral do senador da sua chapa.
Diante de tal premissa, considero que o favoritismo de Paulo Câmara condiciona o favoritismo de Fernando Bezerra.