Por Adriano Oliveira, especial para o Blog de Jamildo Erros passados devem ser considerados na avaliação do presente.

O PTB errou.

O PT também errou.

O PTB errou ao se aliar com o PT no 1° turno nesta eleição para o governo.

Com isto, enfraqueceu a possibilidade da realização do 2° turno.

O PTB errou ao desprezar Lula e Dilma desde o início da campanha.

O PTB errou ao ter desprezado a força do eduardismo.

Portanto, os erros do PTB possibilitaram que Paulo Câmara adquirisse forte favoritismo para vencer a eleição no próximo domingo.

O PT comete equívocos estratégicos desde 2012 quando optou por retirar João da Costa da disputa para prefeito do Recife.

Com isto, permitiu a consolidação do eduardismo na capital pernambucana.

O PT errou ao não escolher João Paulo para ser candidato a governador.

Com mais esta atitude, o PT fortaleceu o PSB em Recife.

Portanto, PTB e PT contribuíram decisivamente para o fortalecimento de Paulo Câmara.

O PSB foi sábio.

O ex-governador Eduardo Campos no auge da sua avaliação lançou Geraldo Júlio como candidato a prefeito do Recife em 2012.

Geraldo venceu e passou a representar a escolha de Eduardo que “deu certo“.

O eduardismo já existia na eleição de 2012.

Capacidade de trabalho, carisma, sensibilidade social e bom gestor eram as características do governador Eduardo Campos atribuídas pelos eleitores em pesquisas qualitativas.

São estas características que formam o eduardismo.

E o eduardismo, como a vitória de Geraldo Julio mostrou, tem força para influenciar a decisão dos eleitores.

Diante da conjuntura propicia, a qual foi construída, em parte, pelos erros do PT e PTB, Paulo Câmara defendeu o legado de Eduardo Campos.

Câmara desprezou a crítica pessoal advinda do PTB e optou por defender a continuidade.

Aliás, a continuidade é a essência da eleição deste ano em Pernambuco.

E as pesquisas do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) mostram isto com clareza.

Observem que: 1) 67% dos eleitores afirmam que Pernambuco mudou para melhor nos últimos anos; 2) Neste universo, 71,4% asseveram que Eduardo Campos foi o principal responsável pela mudança; 3) 84% acreditam que Pernambuco continuará mudando para melhor; e 4) 50,2% acreditam que Paulo Câmara é o candidato que tem condições de fazer com que Pernambuco continue mudando para melhor – Fonte: IPMN, 02/10/2014 – (Registro TRE: 29-30 SET: PE 00035/2014).

Em todas as pesquisas do IPMN realizadas neste ano verifiquei o desejo de continuidade do eleitor.

Em decorrência, constatei, no decorrer da trajetória eleitoral, que o eleitor desejava continuidade em virtude do eduardismo.

Portanto, se o eleitor desejava continuidade, ou seja, continuar mudando, era óbvio que Paulo Câmara conquistaria eleitores à medida que fosse reconhecido pelos sufragistas como o candidato que tinha o apoio de Eduardo Campos.

No decorrer da campanha, Eduardo Campos foi vítima da tragédia.

Inicialmente, a comoção, como era esperado, em razão do ineditismo da tragédia, possibilitou forte comoção.

Em seguida, a comoção eleitoral surgiu.

Ou seja: o candidato Paulo Câmara conquistou eleitores rapidamente, já que a morte trágica do governador Eduardo Campos possibilitou que Paulo se tornasse conhecido celeremente.

Porém, a comoção eleitoral não substituiu o eduardismo, o qual já existia.

Portanto, não foi a comoção eleitoral que possibilitou o crescimento eleitoral de Paulo Câmara.

Foi o eduardismo.

A comoção eleitoral acelerou o processo de conhecimento de Paulo como candidato de Eduardo Campos e fortaleceu o eduardismo.

O desempenho do candidato numa eleição pode ser prognosticado.

Basta que a conjuntura seja adequadamente interpretada.

E pesquisas sábias sejam realizadas.

Neste sentido, a conjuntura, caracterizada pelo eduardismo, fortalece Paulo Câmara.

Portanto, Câmara, o candidato que representa para parte dos eleitores a continuidade e a defesa do legado de Eduardo Campos, deve ser eleito governador no próximo domingo.