A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, se despede de São Paulo nesta quarta-feira (1º) com uma visita à mostra “Ocupação Laerte”, exposição que faz uma homenagem aos mais de 40 anos de carreira de um dos nomes mais importantes dos quadrinhos brasileiros. “Estou aqui hoje para prestigiar a exposição da minha amiga Laerte, que é minha apoiadora, a quem eu admiro muito pelo seu trabalho e pela sua coragem de se assumir e mostrar como é importante que as pessoas tenham autenticidade e expressem livremente a sua orientação sexual, a sua identidade de gênero”, disse Luciana.
Laerte, por sua vez, falou sobre o apoio à candidata do PSOL. “Faço dela as minhas palavras.
Isso é votar.
O sentido de votar é incorporar o discurso, abraçar as lutas”.
A cartunista também se posicionou a respeito das declarações homofóbicas do candidato Levy Fidelix no último debate. “Ouvi aquilo com horror, com espanto, com estupor e com a triste percepção que isso é o que se passa na cabeça de muita gente.
E é até uma boa demonstração de por que é preciso haver limites para esse tipo de expressão.
Ela incita e constrói a violência e as mortes”, criticou.
Já a Rede Sustentabilidade, representada pelo candidato a deputado estadual Vanderlei Fernandes (PSB/REDE-SP), protocolou ontem (30) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) duas medidas judiciais – uma representação e uma notícia crime – com pedido de providências para que o presidenciável Levy Fidelix, do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), seja punido por suas declarações homofóbicas durante o debate na Rede Record, no último domingo (28).
Na última segunda-feira, a Rede Sustentabilidade repudiou a atitude de Levy Fidelix.
Em nota, a Rede afirmou que as declarações homofóbicas, segregacionistas e pseudo-científicas do candidato causaram espanto, pois assumem uma linguagem agressiva e reforçam o preconceito que vitimiza milhões de pessoas no país.
Na petição de representação, o candidato Vanderlei Fernandes pede que Levy Fidelix seja multado pela prática de propaganda irregular, como prevê a legislação eleitoral, em um valor que pode chegar a R$ 30 mil.
Fernandes fez ainda um pedido de providências ao Ministério Público Eleitoral, por intermédio de notícia crime para que o candidato presidenciável seja denunciado e processado criminalmente na forma legal, pela prática de crime eleitoral previsto no artigo 243 do Código Eleitoral c/c artigo 286 do Código Penal por incitamento à prática de crime e ainda por injúria praticada na propaganda eleitoral.
Não é necessário que a ofensa seja praticada contra outro candidato para que ele seja punido pelo crime de injúria.
A pena, nesse caso, pode chegar a detenção de até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias de multa.
Para Fernandes, que atua na luta pelos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), o candidato à presidência da República feriu o Código Eleitoral ao fazer afirmações depreciativas e que estimulam a violência contra o segmento LGBT. “Ele desmoraliza nosso trabalho e nossa luta.
Tantos homossexuais são atacados e até mortos por causa do preconceito.
Como pessoa pública, ele [LEVY FIDELIX]devia saber que a palavra dele tem poder de influenciar”.
No debate, Fidelix comparou a homossexualidade à prática da pedofilia e disse ainda que concordava com a atitude do papa Francisco de expurgar padres pedófilos da Igreja. “Eu me senti diretamente ofendido”, afirma Vanderlei Fernandes. “Tenho uma relação estável e um filho de dez anos adotado, para quem dedicamos muito amor.
Tudo o que queremos é o direito de existir em paz”.