O LIDE Pernambuco promoveu, nesta segunda-feira (dia 29), mais um almoço-debate com empresários e gestores públicos, realizado na sede do Grupo MV, no bairro da Imbiribeira.

O encontro mediado pelo presidente do LIDE Pernambuco, o jornalista Drayton Nejaim, teve a palestra do economista Roberto Gianetti da Fonseca, com o tema “Os Cenários e Perspectivas da Economia Brasileira em 2015”.

Roberto Gianetti foi secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, presidente da Cotia Trading, e diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP.

Atualmente presidente das empresas Brasilis Comércio Exterior e Kaduna Consultoria e Participações.

Ele é irmão do também economista Eduardo Gianetti, que lidera a equipe econômica da candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva.

Na abertura da sua explanação, Roberto Gianetti fez questão de apresentar números que mostram que 2015 é um ano comprometido, seja quem for o governante e que será preciso um ajuste doloroso e de muita dificuldade política. “O novo presidente precisará ter uma postura corajosa, convincente para os deputados e senadores, mas principalmente para a população, que precisará entender que os benefícios virão depois deste sacrifício”, comentou o economista, que é especialista em balança comercial.

Roberto Gianetti comentou sobre o difícil momento econômico que passa o País, principalmente pela baixa taxa de crescimento, e as dificuldades que o futuro presidente terá a partir do próximo ano.

O economista defendeu duas bandeiras como primordiais para que aconteça uma retomada positiva na agenda econômica nacional: a reforma tributária e a reforma política. “Será fundamental que o próximo governo coloque em prática as reformas tributárias e políticas como pontos fundamentais para a própria economia do Brasil.

E quando falamos em reforma é preciso pensar, também, em um novo pacto federativo.

Precisamos ter segurança jurídica para não fazer o que quer com o ICMS e assistimos às brigas entre os estados. É preciso um pacto federativo sólido, que reduza custo e que garanta a legislação federal e também dos estados.

O governo tem que colocar ordem na casa, com um olhar firme para um crescimento sustentável e inclusivo”, definiu o economista.

O economista também fez críticas ao projeto de criação de novos municípios no País. “É dinheiro para o ralo.

São mais gastos desnecessários.

São mais prefeitos, mais secretários, mais câmaras municipais.

Chegou a hora de o governo ter pulso forte e proibir esta absurda ação”.

Segundo Roberto Gianetti, o crescimento sustentável vai acontecer através da recuperação da própria confiança do empresariado. “o Investimento tem que ser orientado pelo mercado.

O que regula preço é o mercado.

E também precisa ser repensado um ajuste na taxa de câmbio do País.

Hoje, a função da taxa no Brasil é nebulosa.

Se criou no Brasil uma hipertrofia do mercado futuro.

O governo precisa parar de intervir no mercado de câmbio”.

Outra preocupação do economista repassada aos empresários pernambucanos é com relação à política de comércio exterior e o MERCOSUL. “Ela é desastrosa.

Temos o pior desempenho dos últimos anos. É necessária uma reforma no MERCOSUL, que nasceu com uma filosofia errada, com a união aduaneira. É preciso ter coragem para torna o comércio livre entre si, que será importante até para o Brasil e os demais países serem mais competitivos entre os melhores do Mundo”, comentou Roberto Gianetti, que é empresário do comércio exterior.

Ao final da palestra, Roberto Gianetti foi questionado se ele vê alguma possibilidade do Brasil virar uma economia bolivariana. “Não vejo como transformar o Brasil em uma Venezuela, porque a sociedade civil, os empresários não vão permitir isso.

Não se pode admitir um governo autoritário e que não tem tolerância com a divergência.

Falta gestão e eficiência do setor público.

Vejo os empresários temerosos, inseguros, inquietos por não ver uma perspectiva de melhoria em curto prazo.

Mas, para eles, repito o que disse Eduardo Campos: não vamos desistir do Brasil”, finalizou o economista.