Atual presidente do PSB marcou uma reunião às pressas antes da eleição e causa desentendimento no partido.
Foto: PSB Por Jumariana Oliveira, do Jornal do Commercio, deste sábado (27) A ida do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, a São Paulo na última quinta-feira não alterou o impasse interno vivido pela legenda socialista.
O presidente estadual se reuniu com os deputados federais Márcio França e Luiza Erundina com o intuito de adiar a reunião para a escolha da nova executiva nacional do PSB, prevista para a próxima segunda-feira.
A ala ligada ao presidente interino da legenda, Roberto Amaral, não recuou e os socialistas pernambucanos ameaçam levar o impasse à Justiça.
A intenção é deixar a eleição sub judice para prolongar o processo.
O problema é que, de acordo com os socialistas ligados a Amaral, não há questionamento que possa impossibilitar a realização da reunião, já que a convocação respeita todos os critérios previstos no estatuto partidário.
O cancelamento só poderia ser feito se a reunião desrespeitasse as determinações previstas no documento do PSB.
A avaliação é de que o nomes ligados ao partido em Pernambuco querem ganhar tempo para articular a candidatura do prefeito do Recife, Geraldo Julio, à presidência da sigla.
O imbróglio pode respingar na candidatura presidencial do PSB.
Desde que o ex-governador Eduardo Campos (PSB) morreu, o prefeito tem feito articulações no sentido de assumir a função, algo que é rechaçado pelos socialistas históricos.
A avaliação é de que o gestor ainda não possui liderança nacional para assumir a função.
O vice-presidente Roberto Amaral assumiu o cargo interinamente após a tragédia do dia 13 de agosto.
Amaral está na cúpula partidária há décadas.
Por outro lado, existe um entendimento na ala pernambucana de que o Estado não pode perder representação na direção nacional.
O nome do prefeito, inclusive, teria ganhado apoio do governador João Lyra Neto, através da articulação do secretário da Casa Civil, Luciano Vásquez.
O auxiliar, por sua vez, diz que as decisões estão concentradas em Sileno Guedes e que não está por dentro do caso.
Sileno levou a São Paulo uma lista com nomes de pessoas que são favoráveis ao adiamento, mas não obteve sucesso nas articulações.
Até a noite de ontem, os pernambucanos aguardavam um recuo na decisão de Amaral, que convocou o encontro para escolha do presidente na última segunda-feira.
Em entrevista à Rádio Jornal, ontem, o prefeito Geraldo Julio desconversou quando questionado sobre a articulação para assumir o cargo.
Ele ainda disse que a reunião estava em negociação. “Estou fazendo meu trabalho, sou prefeito do Recife.
Eu sempre tive projetos, sou uma pessoa esforçada, gosto de acordar cedo, dormir tarde.
As coisas aconteceram na minha vida.
Eu não gosto de conspiração”, afirmou.
O prefeito declarou também ser natural que o candidato Paulo Câmara assuma a liderança no Estado se for eleito governador de Pernambuco.