A diferença entre Paulo Souto e Rui Costa, hoje, é de 16 pontos percentuais nas intenções de voto.
No entanto, o cientista político Gilberto Almeida ainda vê possibilidade para reversão do quadro.
Em 2006, Jacques Wagner passou a maior parte da campanha atrás do seu adversário, que também era Paulo Souto, mas na última semana, ele inverteu as posições e venceu a eleição.
Para Almeida, esse fenômeno pode se repetir e a explicação é a maneira como as pesquisas eleitorais são feitas no Estado. É preciso levar em conta que a Bahia tem um território de 564 mil quilômetros quadrados, sendo maior que países como a Espanha e a França, por exemplo.
O Estado tem 10,1 milhões de eleitores, dos quais 1,9 milhões estão em Salvador.
Essa questão acaba influenciando o resultado das pesquisas, que costumam ser feitas nas maiores cidades em torno de Salvador, ignorando os grotões do Estado. “Eleitoralmente falando, a Bahia é como um dinossauro, tem a cabeça pequena e o corpo grande.
Salvador concentra 25% do eleitorado, enquanto o interior tem 75% dos eleitores.
A maioria das pesquisas não vai nas pequenas cidades, porque custa mais caro, e quando a eleição se aproxima, os candidatos percebem que o diferencial está no interior”, explica.
Almeida vê o fator aceitação como divisor de águas para esta eleição.
Enquanto Paulo Souto é mais querido na capital, Rui Costa (e o PT) é mais aceito no interior.
O crescimento do democrata em Salvador se deve, em sua maior parte, à gestão de ACM Neto, mas também aos feitos durante seus dois mandatos de governador.
No entanto, as obras de infraestrutura e saneamento voltadas para as outras regiões da Bahia fizeram com que o PT ganhasse a empatia da população.