Roberto Amaral assumiu interinamente a Presidência do PSB após a morte do ex-governador Eduardo Campos.

Foto: BlogImagem Por Carolina Albuquerque Do Jornal do Commercio desta quarta-feira (24).

O PSB de Pernambuco recebeu com irritação a convocatória do presidente interino do partido, Roberto Amaral, para uma reunião, na próxima segunda-feira (29), cuja pauta é definir o próximo presidente da sigla, cargo exercido pelo ex-governador Eduardo Campos de 2005 até a sua morte.

A iniciativa de fazer o chamado a sete dias do primeiro turno foi interpretada como uma manobra de Amaral para reconduzi-lo ao cargo sem uma discussão mais ampla.

Os socialistas pernambucanos não querem perder o protagonismo na Executiva Nacional e vão se unir para tentar adiar a reunião.

O Estado possui 20 membros na Executiva Nacional, composto por 101 dirigentes.

Fazem parte o prefeito Geraldo Julio, o candidato ao Senado, Fernando Bezerra Coelho (atual vice-presidente nacional); Paulo Câmara e o governador João Lyra.

O presidente estadual do PSB, também membro da Nacional, Sileno Guedes, ficou com a missão de conduzir a questão.

Mandou e-mail à direção nacional chamando atenção para os tempos de eleição, quando todos estão envolvidos com as atividades de campanha.

Deve usar ainda o argumento de que a candidata a presidente Marina Silva (PSB) vem a Pernambuco na mesma segunda. “Ela vai estar em Caruaru e o governador João Lyra não vai poder recebê-la?”, questionou Sileno.

Após caminhada no Totó, ontem à noite, Paulo Câmara, candidato ao governo, pontuou sua discordância. “Acho que deveria ter esperado passar as eleições.

Pernambuco tem uma representatividade grande.

Assim, muita gente vai ficar impedida de participar”, disse.

A cúpula local se reuniu ontem para afinar o discurso e traçar a estratégia.

Sem a liderança nacional de Eduardo, Pernambuco perdeu o protagonismo.

Por isso, os socialistas locais querem aguardar o pós-eleição.

Uma vitória de Paulo e a eleição de uma boa bancada federal fortaleceriam a voz do PSB pernambucano.

Antes, devem afinar um nome como candidato a presidente nacional do PSB.

Geraldo Julio tem se articulado nos bastidores para a missão, mas ainda não é consenso.