Apesar de ter sido sancionada pela presidente Dilma Rousseff em julho, a Lei 12.99 que libera R$ 170 milhões em subvenção para 23 mil canavieiros do Nordeste, vítima da maior seca dos últimos 50 anos na região, o Ministério da Fazenda travou a liberação do subsídio.

A pasta não encaminhou ao ministério do Planejamento a solicitação de liberação da fonte de recurso, conforme já foi feito pelo Ministério da Agricultura há dois meses.

Sem o aval da Fazenda, tudo fica parado.

Nesta terça-feira (23), ao ser questionada pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) sobre o caso, ouviu como resposta que a pasta não tem resposta para dar sobre quando ou porque a autorização tarda em sair. “Tudo está paralisado e sem explicação”, comentou o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima.

O dirigente avisa que vai a Brasília em busca de resposta na próxima semana.

Já o Decreto Presidencial, que regulamente a Lei 12.999, está pendente na Casa Civil. “Em relação a esse documento, recebemos notícias de que ele está prestes a ser publicado no Diário Oficial”, diz Lima.

Contudo, o dirigente reclama da morosidade e da falta de informação sobre os trâmites para a liberação da fonte de recurso da subvenção.

Sem a liberação da fonte financeira, o decreto presidencial não tem valor na prática, porque fica inviabilizado o pagamento do benefício para os 23 mil produtores nordestinos de cana.

De acordo com a Lei, cada produtor receberá R$ 12 por tonelada de cana fornecida às usinas da região na safra 2012/2013.

O benefício é limitado para até 10 mil toneladas por agricultor.

O dirigente canavieiro reclama do que está acontecendo e lembra que o governo federal fez a mesma coisa na edição anterior de subvenção para o setor, no ano passado, atrasando a liberação da fonte de recurso, o que prejudicou os produtores, os quais ficaram sem ter recurso para investir nos canaviais em tempo agrícola hábil. “Esperamos que as eleições não estejam atrapalhando de alguma forma no processo, e que o governo federal atenda o que está na Lei 12.999”, critica Lima.

O dirigente espera que tudo seja resolvido até antes do segundo turno das eleições presidenciais.