Com a ausência de Armando Monteiro Neto no debate da Metrópole, sobre as questões LGBT, o candidato socialista virou alvo dos pequenos partidos.

Antes da fala dos candidatos, a ONG Leões do Norte apresentou um vídeo denunciando casos de homofobia e pedindo mais qualificação para o trabalho, em especial no interior do Estado, sem discriminação.

Além de reclamar de violência também.

O primeiro ataque contra o socialista Paulo Câmara deu-se pelas mãos do candidato do PSTU, Jair Pedro, que lembrou a relação do socialista com evangélicos recentemente. “Temos candidatos aqui que se uniu na campanha em defesa da família, com igrejas evangélicas”, alfinetou, citando ainda que o respeito deveria começar a escola.

Na TV, o partido ilustra os vídeos de uma candidata de nome Rafhaela Carvalho com dois homens se beijando.

Trata-se do primeiro beijo gay da propaganda política no Estado de Pernambuco. “Se não fosse o tema LGBT, eu não teria sentado ao lado do candidato do governo, do capital, do estado machista, do estado que tem cor e raça”, declarou.

Na sua fala, o candidato defendeu ainda a criminalização da homofobia no Estado.

O candidato do PSOL, Zé Gomes, defendeu avanços contra a discriminação e citou a candidata de Paulo Câmara a presidente como a pior escolha. “Marina é apresentada como mudança, mas não é nova.

Ela é o que há de mais atrasado”, disse, em referência à orientação religiosa evangélica.

O socialista, ao lado, não citou Marina uma única vez.

O socialista Paulo Câmara não respondeu aos ataques e aproveitou sua fala para prometer combate à homofobia. “Vamos ter a política mais avançada de combate à homofobia no País”.

No encontro, o candidato chegou a falar em criar uma lei de combate à homofobia, mas não deu detalhes.

Como levou uma claque, não dá para dizer se houve uma reação espontânea de apoio com os aplausos ou se era a militância levada ao evento.

No final do encontro, o Blog de Jamildo perguntou ao diretor da ONG Leões do Norte, Wellington Medeiros, o que ele havia achado do confronto. “Eles foram genéricos e pouco práticos, mas eu gostei mais do PSOL, que foi mais incisivo, ao defender que a mudança só é possível a partir da mobilização”, frisou Medeiros, um dos fundadores da Parada da Diversidade do Recife.

Confusão na boate Antes de começar o debate entre os candidatos, na Boate Metrópole, aconteceu um pequeno princípio de tumulto.

O candidato a vice na chapa PT/PTB, Paulo Rubem Santiago, reclamava que estava ali representando Armando Monteiro e que gostaria de participar das discussões.

A produção do evento não permitiu.

Os aliados de Paulo Rubem Santiago presentes começaram a vaiar a mesa.

Os mais exaltados diziam que não era democrática a orientação.

A dona da casa de espetáculos Maria do Céu precisou interromper e se posicionar de forma firme. “Aqui não tem política de campanha.

Se tiver gente paga aqui, que se retire.

Armando não aparece em um debate aqui pela segunda vez”, justificou, referindo-se à campanha para reeleição de Eduardo, quando Humberto Costa tomou parte nos debates, mas o petebista não.

Aliados de Paulo Câmara, de grosso calibre, aproveitaram para jogar lenha na fogueira. “Armando é homofóbico”.

Paulo Rubem Santiago discutia com o marido de Maria do Céu, até o nome do vice-presidente da República ter sido citado como exemplo. “Você vê o Temer representar a Dilma em algum lugar?”, questionou o fotógrafo e produtor de vídeo Canários. “Você está me comparando com Temer?”.

Deu as costas e partiu o deputado federal.

No início dos trabalhos, quando todos tomaram acento à mesa, ficou lá vazia a cadeira reservada ao candidato a governador.

Depois do evento, a produtora Maria do Céu explicou que o senador chegou a confirmar presença, mas não informou que mandaria o vice.