Governador Zé Filho (PMDB) tem o dobro de partidos, mas está em desvantagem nas pesquisas.
Foto: reprodução do Facebook Por Ulysses Gadêlha, especial para o Blog de Jamildo A dança dos partidos, no âmbito nacional, parece ter impactado diretamente no quadro político do Piauí.
O senador Wellington Dias (PT), que a quatro anos atrás tinha grandes lideranças em torno de si, perdeu respaldo quando o seu partido deixou de ser apoiado pelo PSB e pelo PTB, além do PMDB, que apesar de aliado, chegou a estranhar a presidente Dilma Rousseff (PT).
Mesmo tendo sua candidatura ao governo do Estado isolada, Wellington Dias saiu na frente nas pesquisas, com 49% das intenções de voto.
Ex-aliado de Wellington, o atual governador Zé Filho (PMDB) tem o dobro de partidos do petista em sua coligação, mas sua reeleição pode estar ameaçada, já que estacionou no patamar dos 22%.
Leia também: Prisão de assessor com R$ 180 mil não deve influenciar eleição no Piauí Na disputa ao Senado, a situação se inverte, com o ex-governador Wilson Martins (PSB), aliado de Zé Filho, liderando com 40% e o ex-prefeito de Teresina, Elmano Férrer (PTB), do lado de Wellington Dias, com 33%.
Todos os números são de acordo com a pesquisa Ibope divulgada no último dia 11.
Governador de 2003 a 2010, Wellington Dias renunciou do cargo para concorrer ao Senado, deixando seu vice, Wilson Martins, para finalizar o mandato e disputar a reeleição.
O socialista saiu vencedor, tendo como vice Zé Filho, que veio a assumir o governo em abril deste ano, para que Wilson tentasse se eleger senador.
Para o cientista político Valter Carvalho, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o quadro político do Estado sugere o embate da ambição entre “caciques”. “Eu vejo essa relação como a da cria e do criador.
Wilson é uma cria de Wellington Dias.
O socialista tentou alçar voo próprio e nisso, levou o PMDB junto.
O PMDB tem aqui os seus caciques e, com certeza, tem ambições próprias”, explicou.
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Na imprensa, o governador diz que por conta dessa aliança, a presidente Dilma praticou uma retaliação política, barrando recursos para a operação carro-pipa no Piauí.
Há cerca de 200 municípios, no Estado, em situação de emergência devido à seca.
Wellington Dias, por sua vez, afirma que a inadimplência do governo estadual junto à Brasília é que provoca o bloqueio da verba.
Faltando 16 dias para a eleição, o professor Valter Carvalho acredita que Wellington Dias manterá o fôlego e chegará ao governo mais uma vez. “No Piauí, Wellington reproduz o discurso do PT no âmbito nacional.
Ele usa os méritos do governo federal, que tem uma aprovação nos setores mais amplos e menos escolarizados da população”, diz o professor.
A aceitação do petista no interior também deve ser diferencial frente à Zé Filho, que é melhor recebido em Teresina.