Candidato do PSOL ao governo do Estado criticou posicionamento dos adversários.
Foto: Arnaldo Carvalho / JC Imagem Por Malu Silveira Do NE10 Durante o primeiro debate televisivo do ano entre os candidatos ao Governo de Pernambuco, promovido pela TV Jornal e transmitido pelos portais NE10 e UOL na noite desta terça-feira (16), o postulante do PSOL, Zé Gomes, defendeu - entre vários pontos -, a auditoria nos gastos e lucros das empresas de ônibus do Estado; a reorganização do Grande Recife Consórcio de Transporte através de conferência pública do transporte metropolitano e alfinetou os adversários Armando Monteiro Neto (PTB) e Paulo Câmara (PSB) ao afirmar em diversos momentos que os dois faziam parte da mesma “velha política”.
LEIA MAIS: » Na TV Jornal, Paulo Câmara responde ataques e assume legado de Eduardo » Armando Monteiro tenta desconstruir imagem de Paulo Câmara em debate No primeiro bloco, questionou a posição de Paulo Câmara ao se autoafirmar como representante da nova política, ressaltando que o candidato do PSB era apenas uma nova cara da velha gestão. “Uma velha política que reprimiu movimentos sociais, sufocou espaços de participação popular, aprofundou o abandono de espaços democráticos.
Nós precisamos de um governo que tenha coragem de fazer inversões para que a gente possa fazer em Pernambuco um governo verdadeiramente popular.
O novo não está representado em nenhuma das duas candidaturas postas”, defendeu.
Quando questionado por Armando Monteiro o que o candidato achava da compra do jatinho que levava o presidenciável e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no Litoral de Santos no último dia 13 de agosto, Zé Gomes argumentou sobre um dos principais temas abordados em seu modelo de programa: as doações de empresas nas campanhas. “Nós precisamos discutir a promiscuidade no processo eleitoral com doações milionários de empresas.
Armando também faz parte desse processo.
Nós vamos fazer auditoria de todas as renúncias fiscais. É importante que a população esteja atenta: os (dois) candidatos estão escondidos atrás de publicidade, onde não se coloca suas reais propostas”.
O candidato continuou a falar sobre o episódio, afirmando que “quando se usa um avião de uma empresa privada, é preciso que se conheça a relação anterior que foi estabelecida”.
Zé Gomes voltou a alfinetar Armando Monteiro respondendo: “Eu não tenho como responder o que Paulo (Câmara) acha.
Mas com certeza ele não acha que tenha muita importância.
Porém, é importante frisar que ele não é o único a usar esse tipo de financiamento.
A sua campanha, Armando, também recebe doações milionárias”, disse Zé Gomes, reiterando que sua campanha “busca uma independência financeira para ter independência política”.
O tema segurança pública foi questionado em pergunta da população e o postulante do PSOL defendeu mais uma vez a desmilitarização da Polícia Militar (PM), uma das principais bandeiras de seu programa. “Nós precisamos de uma política que discuta com a sociedade.
O (atual) governo prometeu uma conferência há cinco anos e até hoje a população espera”, disse.
Em entrevista ao NE10 após o debate, Zé Gomes afirmou que o Estado precisa de uma segurança pública que trate com medidas preventivas a questão da violência. “Temos que ter medidas sociais que resolvam o problema social primeiro para depois resolver o problema da segurança pública.” O candidato do PSOL bateu na tecla do transporte público e afirmou que iria abrir a caixa preta. “Vou ter a coragem de solicitar a abertura dos gastos e lucros das empresas de ônibus para que a gente tenha conhecimento de por que todo ano elas solicitarem o aumento das passagens e o que o governo sempre ofereça redução de impostos”.
Em embate com Câmara, Zé Gomes criticou a postura do candidato. “Vemos este esforço de Paulo para falar o que está sendo planejado no guia”, alfinetou.
No bloco separado para as perguntas feitas por jornalistas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, a editora do NE10 Inês Calado questionou Zé Gomes sobre as propostas levantadas, se eram claras, já que as pesquisas mostram que o candidato não avança. “Elas tratam dos problemas reais e de quais soluções precisam ser dadas”, defendeu o candidato.
A jornalista voltou a indagar o posicionamento do candidato, questionando a aliança em Pernambuco com o Partido da Mobilização Nacional (PMN), que apoia Aécio Neves (PSDB) nacionalmente, se seria apenas para tentar conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) - o PMN tem um deputado estadual.
Zé Gomes rebateu o questionamento afirmando que o partido havia lançado documento com bases programáticas unindo as principais ideias dos dois partidos para formar a Coligação Mobilização pelo Poder Popular.
Uma das principais apostas do PSOL nesta campanha é a candidatura de Edilson Silva a deputado estadual.
Sobre o quadro da saúde em Pernambuco, a discussão foi com Armando Monteiro, que questionou o que Zé Gomes achava que poderia ser feito para melhorar o atual estado. “A situação é dramática.
Esta opção pelo modelo que entrega as unidades médicas a OSs demonstra que não vai resolver o problema da saúde pública.
Precisamos valorizar profissionais, fazer concurso público e aprofundar a participação da sociedade”, afirmou o candidato voltando a alfinetar Armando com o discurso de que o petebista também defendia o modelo atual.
A Paulo Câmara, Zé Gomes voltou a questionar a mobilidade urbana.
O socialista por sua vez repetiu as principais promessas de campanha, reiterando que o governo de Eduardo fez muito pela mobilidade. “Se a solução de Paulo é a continuidade, vamos continuar a ver o caos na questão da mobilidade", criticou.
Nas considerações finais, o postulante do PSOL defendeu que seu governo era uma alternativa de mudança aos problemas do Estado e criticou os seus adversários, afirmando que ambos têm posicionamentos parecidos. “Eles representam o que foi feito até aqui e o que precisa ser mudado.”