Paulo Roberto Costa diz que vai permanecer calado durante sessão da CPMI.

Foto: Twitter/Senado.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou na tarde desta quarta-feira (17) que não responderá aos questionamentos dos parlamentares na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista.

O acusado entrou na sala da comissão ao lado da advogada e afirmou logo que não falaria. “Boa tarde a todos.

Vou me reservar ao direito de ficar calado”, informou o ex-diretor. » Paulo Roberto Costa depõe nesta quarta na CPMI da Petrobras » Para manter benefícios da delação, Paulo Roberto Costa não falará sobre lista citada pela Veja Diante da posição do ex-diretor, o presidente da CPI Mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) ainda perguntou se ele aceitaria uma sessão secreta, o que foi negado.

Apesar de saber da negativa de Costa, o relator do caso, deputado federal Marco Maia (PT-RS), apresentou alguns questionamentos.

O parlamentar citou o caso da Refinaria de Pasadena e do superfaturamento nas obras da Refinaria de Abreu e Lima. “Todo respeito, mas vou continuar calado”, repetiu Paulo Roberto Costa.

Preparação antes do depoimento.

Foto: Agência Senado.

DETALHES DA SESSÃO - Senadores e deputados ficaram por mais de 30 minutos discutindo os procedimentos a serem adotados para a ouvida.

A maioria dos parlamentares quis uma sessão aberta, a fim de que todos tivessem o direito de perguntar, mesmo sabendo que o acusado pode ficar em silêncio.

O senador Humberto Costa (PT-PE) chegou a lembrar que “não existe sessão secreta no Congresso Nacional”, e lembrou de vazamentos que ocorreram anteriormente, como na CPI do Cachoeira e de Demóstenes Torres.

ENTENDA O CASO - No último dia 6 de setembro, a revista Veja publicou uma lista de nomes que teriam sido citados pelo ex-diretor no seu depoimento de delação premiada e que continha nomes de políticos que teriam sido beneficiados em um esquema de desvio de verbas da Estatal.

Entre os mencionados estavam deputados, senadores, um ministro de Estado e governadores.

Até o nome de Eduardo Campos, morto no último dia 13 de agosto, teria sido mencionado.

O ex-diretor da estatal está preso desde março, quando foi detido pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato.

O depoimento de Paulo Roberto Costa também encontra resistência por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O procurador argumenta que um depoimento de Paulo Roberto na CPI pode prejudicar o andamento das investigações.