Debate da TV Jornal fica polarizado entre Armando e Paulo.

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem.

Centrando fogo no adversário Paulo Câmara (PSB), o candidato Armando Monteiro Neto (PTB) buscou desconstruir a imagem do opositor durante o debate na TV Jornal nessa terça-feira (16).

Na tentativa de diminuir politicamente o socialista, o senador licenciado colocou em xeque a capacidade de Paulo em gerir o Estado pelos próximos anos.

Uma das mais duras e diretas declarações feitas por Armando contra o adversário foi de que ele não teria méritos suficientes para ser o líder da Frente Popular, que atualmente aglutina 21 partidos em sua base.

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Nunca a liderança”, disparou Armando.

A estratégia de Armando foi adotar um tom de superioridade a Paulo, colocando-o sempre como um discípulo que tem muito a aprender com o passar do tempo, mas ainda sem maturidade para responder a grandes desafios. “Um dia, quem sabe, você poderá ser um líder”, disse Armando, afirmando que Paulo estava bem ensaiado no debate.

Diante de toda a bagagem política como parlamentar, Armando tentava sempre atribuir a Paulo a imagem de pessoa com experiência burocrática. “Liderança pública não se herda. É algo que se conquista”, alfinetou o senador, que já presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). “Você é até bem intencionado, mas não tem voz nacional e liderança.

Você ainda não tem esse perfil”, disse Armando para Paulo.

Durante o debate, Armando empenhou-se em tentar atribuir episódios negativos à candidatura do adversário, como a polêmica em torno da propriedade do avião.

Armando vem cobrando explicações sobre o “episódio nebuloso”, adjetivo atribuído por ele, há semanas.

PROMESSAS - O clima do debate pode ser sentido logo nos primeiros minutos do debate.

Já no primeiro bloco, Paulo Câmara endereçou a primeira pergunta ao senador Armando Monteiro e questionou o senador sobre suas propostas para área da educação.

O ex-secretário da Fazenda fez uma introdução em que explanou sobre a promessa de colocar a educação como prioridade e duplicar o salário dos professores da rede estadual de ensino, atingindo o piso de R$ 4 mil.

Armando deu uma resposta a Paulo Câmara repleta de ironias.

O senador questionou a época em que ele era secretário da Administração e lidava diretamente com os servidores estaduais. “Você [Paulo] como candidato tornou-se muito generoso, mas como secretário foi muito perverso com o funcionalismo.

Como secretário de administração promoveu uma grande compressão salarial”, atacou Armando. “Você não proporcionou aos professores uma remuneração adequada.

Portanto, Paulo, você ficou de repente sensível à remuneração dos professores.

Temos que ter responsabilidade nas propostas.

O eleitor não é bobo”, acrescentou o senador.

Depois de alfinetar o opositor, o senador citou que o Estado vai ter fontes novas para proporcionar o incremento salarial no magistério, como os royalties da extração do petróleo na camada do pré-sal.

Armando prometeu, por meio dos royalties destinados à área educacional, destinar um aumento de 20% em salários reais para o professor.

AUTOCRÍTICA - Na saída do debate, Armando Monteiro questionou a legitimidade do direito de resposta concedido a Paulo Câmara no primeiro bloco sobre os benefícios fiscais concedidos por Paulo a empresa Bandeirantes Pneus. “Eu não injuriei nem difamei ninguém.

Eu fiz um registro de fatos que são inquestionáveis.

O fato dele ter usado o avião.

A lamentar só esse fato, mas que não compromete o debate”, comentou Armando.

Sobre o debate, Armando deu uma última estocada no adversário. “Eu acho que os candidatos se expõem, revelam a sua verdadeira estrutura e as suas fragilidades a situações que parecem muito artificiais.

Portanto todas as vezes em que se expõe, em que se confrontam os perfis e as propostas eu acho que é um ganho”, acrescentou Armando, que preferiu não tecer avaliações sobre o desempenho do adversário.

Questionado se o adversário havia “fugido” do debate, Armando respondeu no primeiro momento que não queria fazer a avaliação, mas deu o recado: “Embora presente eu devo reconhecer que ele esteve ausente muitas vezes”, finalizou Armando.