Para governador João Lyra Neto (PSB), Miguel Arraes foi um dos maiores líderes políticos do século XX.

Foto: BlogImagem Os 35 anos da volta do exílio do ex-governador Miguel Arraes, foram lembrados nesta segunda-feira (15) por familiares e amigos em um ato promovido pelo instituto que leva o nome do político.

O evento foi marcado por comparações entre o legado dele e o do neto, o ex-governador Eduardo Campos, falecido há um mês, e por críticas à anistia aos torturadores da Ditadura. “[Miguel Arraes tinha] uma relação de fazer com que o Nordeste entrasse na agenda nacional.

E foi isso o que o ex-governador Eduardo Campos tentou fazer nessa campanha eleitoral”, disse Socorro Ferraz, que pertence à Comissão Estadual da Verdade Dom Hélder Câmara e fez a abertura do evento.

O Instituto também aproveitou o ato para inaugurar o Espaço Cultural Eduardo Campos; na varanda da casa onde Arraes viveu, que hoje é sede do instituto.

Uma muda de pau-brasil também foi plantada em homenagem a Campos, que sonhava em ser presidente da República.

Antônio Campos fala sobre o retorno de Miguel Arraes do exílio Presidente do Instituto Miguel Arraes, o advogado Antônio Campos chamou a casa do avô de “universidade aberta de política”, disse que a nova anístia no Brasil atual é a educação, defendida pelo irmão na campanha presidencial e afirmou que Arraes sempre teve “um sonho diferente para o Brasil, que vamos conquistar”.

Durante o ato, vários dos oradores criticaram a anístia para os torturadores, que trabalhavam para o Regime Militar.

A principal crítica partiu do coordenador da Comissão da Verdade, o ex-deputado Fernando Vasconcelos Coelho. “O que nós queremos não é apenas para preencher uma curiosidade acadêmica, mas para criar as condições para que se venha a fazer justiça”, declarou.

Antônio Campos sugeriu que o ex-deputado escrevesse uma carta memorial para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), combatendo a “interpretação casuística da época.

Instituto também lança exposição em homenagem ao retorno de Miguel Arraes.

Foto: BlogImagem O governador João Lyra Neto (PSB) afirmou que Arraes foi um dos maiores líderes políticos do século XX. “Me sinto honrado de ocupar o lugar por onde passaram vários ilustres pernambucanos, dentre eles Miguel Arraes e Eduardo Campos”, disse.

Logo no início do ato, todos os presentes fizeram um minuto de silêncio em lembrança de Eduardo Campos.

Quando Dona Magdalena, viúva de Miguel Arraes, chegou ao local, foi aplaudida de pé.

Miguel Arraes voltou do exílio no dia 15 de setembro de 1979.

Ele desembarcou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e depois veio para o Recife, onde desceu no Aeroclube, no Pina.