Foto: Aluísio Moreira/Divulgação Criticar as ações do governo federal para o setor industrial e exaltar os nomes de Marina Silva (PSB) e do seu padrinho político Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo há um mês, foram as estratégias do candidato a governador de Pernambuco pela Frente Popular, Paulo Câmara (PSB), nesta segunda-feira (15), em sabatina na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). “Vivemos num país onde há falta total de política industrial, um país que parou de pensar”, afirmou no início do seu discurso de meia hora.
Desde a sua fala até as respostas a representantes do setor criticou a atual gestão em vários assuntos, alfinetando as obras ainda não concluídas, como a Transposição do Rio São Francisco, e as que não foram iniciadas ainda, incluindo a duplicação da BR-423, que liga os municípios de São Caetano e Garanhuns, no Agreste, uma proposta também do seu principal adversário, Armando Monteiro Neto (PTB).
Além disso, reclamou da legislação tributária. “A gente não pode se deixar contaminar com o ambiente do Brasil”, disse.
Foi assim que usou o espaço para pedir votos para a candidata socialista à presidência.
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Câmara usou a sua fala para ressaltar propostas já feitas, como a ampliação do número de escolas técnicas de 27 para 40 e a universalização das unidades de ensino integral até 2018, com qualificação profissional e incentivo ao empreendedorismo.
A Fiepe apresentou dados que criticavam a infraestrutura das estradas e das telecomunicações no Estado, além da política tributária.
Uma das demandas para o desenvolvimento da indústria pernambucana foi aos custos da conta de energia.
Segundo dados apresentados pela Fiepe, o valor é 35% mais caro em Pernambuco em comparação com a Paraíba, por exemplo.
Paulo Câmara atribuiu o problema ao modelo de concessão da distribuição de energia, quando houve as privatizações, e eximiu o governo estadual da culpa, alegando que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não é o responsável pela diferença do preço entre os estados por ser semelhante.
Para o postulante, a solução estaria em uma repactuação e na diminuição do Custo Brasil. “Temos um modelo energético complicado, com risco de apagão permanente”, reclamou em coletiva de imprensa após a sabatina.
Seguindo a linha da interiorização do crescimento econômico, que tem proposto ao longo da campanha, Paulo Câmara prometeu instalar seis unidades da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), em todas as regiões do Estado.
O candidato explicou que a presença física da agência cumpriria a sua função de atrair mais investimentos, voltados para as necessidades de cada área.