Foto: Marcello Casal Jr/ABR A Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva, hoje no PSB, tenta fundar, divulgou uma nota em que repudia o assassinato do jovem João Antônio Donati, de 18 anos, que foi encontrado morto em Goiás, supostamente por ser homossexual.
Na sexta-feira (12), Andrie Maicon Ferreira da Silva, de 20 anos, confessou o crime e alegou que os dois se desentenderam enquanto praticavam um ato sexual.
O texto divulgado pela Rede lembra do movimento para tornar a homofobia um crime comparado ao racismo e diz que “forças conservadoras” têm impedido que qualquer projeto nesse sentido avance no Congresso Nacional.
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Assim que foi lançado, o programa de governo da campanha presidencial de Marina chegava a defender textualmente a criminalização da homofobia e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas foi modificado um dia depois, frente às resistências de grupos evangélicos.
Marina pertence à Assembleia de Deus.
A alteração serviu de munição para que Marina fosse criticada por adversários, principalmente pela presidente Dilma Rousseff (PT), que chegou a defender a criminalização da homofobia em um debate na televisão.
LEIA TAMBÉM: » Campanha de Marina divulga errata sobre capítulo LGBT » Marina diz que seu programa de governo para comunidade LGBT assegura mais direitos que o de Luciana Genro » Ex-coordenador LGBT da campanha de Marina deve entrar na equipe de Paulo Câmara Leia a íntegra da nota: Nota da Rede Sustentabilidade de repúdio à homofobia e de solidariedade à família de João Antônio Donati A aversão pelas pessoas LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), mais conhecida como homofobia, matou mais um gay na quarta-feira, 10 de setembro de 2014.
Trata-se do jovem João Antônio Donati, de 18 anos, que foi encontrado morto, com a boca cheia de papel e sacola plástica, e foi enterrado na quinta-feira (11/09), em Inhumas, a 48 km da cidade de Goiânia.
Seu corpo foi encontrado com sinais visíveis de tortura e espancamento.
Alguns afirmam que um dos papéis encontrados na boca do cadáver tinha a frase “esta raça tem que acabar”.
A polícia está investigando e os movimentos sociais, incluindo aí a comunidade LGBT, está se mobilizando para realizar atos e protestos por todo o país pedindo a criminalização da homofobia, tornando esse ato semelhante ao crime de racismo.
O debate no Congresso Nacional é intenso e as forças conservadoras vêm conseguindo impedir que qualquer projeto de lei neste sentido seja aprovado.
Enquanto isso, os crimes continuam.
A Rede Sustentabilidade conta em sua fileira com diversos ativistas vinculados à causa LGBT e disso se orgulha.
Apoiamos uma candidatura que apresentou propostas para a comunidade LGBT — enquanto os outros candidatos ofertaram poucas palavras — e defende com radicalidade o Estado laico e os direitos individuais como invioláveis, dentre eles, a liberdade de viver em paz e segurança sua orientação sexual.
Lamentamos profundamente mais esse episódio que testemunha o ódio que ainda permeia setores da sociedade brasileira que não respeitam o Estado de Direito Democrático e a multiplicidade humana.
De acordo com o site “Homofobia Mata” (https://homofobiamata.wordpress.com), de janeiro deste ano até hoje já foram 207 assassinatos desta natureza no Brasil.
Nós, da Rede Sustentabilidade, estamos chocados com esses números e solidários com a dor dos familiares, amigxs e de todas as pessoas de bem.
Comprometemo-nos em redobrar nossos esforços no sentido de construirmos um país sem homofobia, pressionar o Congresso Nacional e mobilizar a sociedade brasileira para que aprove medidas duras contra essa barbárie que ofende a democracia, a liberdade e a dignidade da pessoa humana.
Brasília, 13 de setembro de 2014.
Rede Sustentabilidade