O vice-governador Robinson Faria (PSD), que rompeu com o próprio governo ainda no primeiro ano da gestão.
Foto: Facebook do candidato.
Por Júlio Cirne, repórter do Blog No Rio Grande do Norte, a disputa pelo Governo do Estado será marcada pelo embate entre os aliados da chapa que elegeram a atual governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), em 2010.
A disputa está polarizada entre Henrique Eduardo Alves (PMDB), líder da Câmara Federal, e o vice-governador Robinson Faria (PSD), que rompeu com o próprio governo ainda no primeiro ano da gestão.
O recente escândalo da Petrobras, iniciado com a divulgação da lista com os nomes de envolvidos num esquema de desvio de verbas, também deve exercer forte influência no cenário eleitoral potiguar.
O nome de Henrique Alves consta entre os que se beneficiaram com o esquema que já é chamado de “Petrolão”, em referência ao “Mensalão” no primeiro governo Lula (PT). » Eleições no Rio Grande do Norte estão sob o fantasma do “Petrolão"Porém, o candidato envolvido ainda leva vantagem na corrida eleitoral.
O cenário apresentado na última pesquisa Ibope, realizada no dia 29 de agosto, é de uma vantagem de 12 pontos percentuais para Henrique Alves, que aparece com 40% das intenções de voto, seguido de Faria, com 28% da preferência do eleitorado potiguar.
Henrique Alves consta entre os que se beneficiaram do esquema que já é chamado de “Petrolão”, em referência ao “Mensalão” no primeiro governo Lula (PT).
Foto: Facebook do candidato.
Os dois candidatos são marcados pelo longo currículo na carreira política.
Henrique Alves está há quatro décadas na política.
O postulante foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1970 e vem sendo reeleito desde então, somando 11 mandatos consecutivos.
Já seu adversário Robinson Faria foi deputado estadual por seis mandatos antes de assumir o cargo de vice da governadora Rosalba, com quem teve discordâncias já nos primeiros meses da gestão, fato que o levou a abandonar o governo do qual fazia parte.Tanto o PMDB de Henrique Alves quanto o PSD de Robinson Faria integravam a coligação que elegeu Rosalba.
Depois os dois pularam fora. “Cada qual por seu motivo”, afirma Antônio Spinelli, doutor em teoria social e professor da UFRN.
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Rosalba se distanciou da sua base, ficou presa a uma única ‘facção política’ e, quando seu vice rompeu com ela, levou consigo boa parte dos apoios que ele tinha”, pontua o professor.Não bastasse isso, a governadora entrou em uma briga pública com o presidente do seu partido, o senador José Agripino Maia, que tirou o apoio à sua reeleição para apoiar Henrique Alves.Ainda segundo Antônio Spinelli, há uma elite muito fechada com uma renovação política feita tomando como base a veia familiar.
Henrique Alves e Robinson Faria fazem parte de famílias tradicionais no panorama político do Rio Grande do Norte.
Henrique é filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves, cassado pela Ditadura Militar, em 1969.