Para os especialistas, o jogo de lideranças talvez não seja o fator que definirá o resultado das eleições em Sergipe.

Marcelo Déda (PT) cumpria seu segundo mandato de governador quando veio a falecer, em 2013.

Antes disso, ele já havia sido prefeito de Aracaju por duas vezes.

João Alves Filho (DEM) já foi governador do Estado por três vezes, e em 2012, se elegeu prefeito de Aracaju pela segunda vez.

Apesar dos vastos currículos, aos olhos do eleitorado, os vultos de Déda e Alves Filho parecem prejudicar o desempenho de seus respectivos candidatos ao governo estadual.

No Estado, Marcelo Déda é visto como grande liderança do PT, já que juntou um grupo considerável de políticos em torno de si.

Na visão do cientista político Hélder Teixeira, Marcelo Déda teria sido a renovação da política sergipana na virada do século 20 para o 21.

Leia também: Com morte de Marcelo Déda, Sergipe fica sem “caciques” políticos Mesmo com esse precedente, Marcelo Déda teria deixado uma herança maldita para Jackson Barreto, já que o petista teria aprovado aumentos salariais para diversas categorias. “O fato da máquina do Estado estar pesada se explica, em parte pela diminuição das transferências federais e pelo pouco crescimento da economia local, mas as pessoas culpam Déda, pelo fato de ter dado grandes aumentos a algumas categorias”, aponta o professor Afonso Nascimento.

Para o professor Afonso, João Alves Filho teve a oportunidade de modernizar a capital de Sergipe, com a apresentação de grandes obras, quando foi governador.

Derrotado por Marcelo Déda em 2006 e em 2010 na disputa ao governo do Estado, desta vez, o democrata preferiu continuar a ser prefeito, cedendo apoio a Amorim, que por sinal é seu ex-genro. “Entendo que João Alves preferiu não entrar na disputa porque não vinha fazendo uma boa administração, as pesquisas não lhe davam uma colocação confortável e, sozinho, talvez não elegesse a sua mulher, Maria do Carmo, para o senado”, explica José Rodorval.

A vinculação de João Alves Filho à Operação Navalha, da Polícia Federal, também é um fator negativo para a figura do democrata. “Nisso também pode ter alguma explicação para ele não sair candidato”, acredita Afonso.

Com base na operação, uma ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) apura responsabilidade em esquema de superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos, onde consta o nome do prefeito de Aracaju e de outras 11 pessoas.