Após reunião com líderes de partidos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PR), disse nesta quarta-feira (10) que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa deve ser ouvido novamente pela comissão na próxima quarta (17).
Costa, que foi preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, fez acordo de delação premiada e já teria citado 31 parlamentares e outras autoridades que estariam envolvidas com desvio de recursos da Petrobras, segundo reportagem da revista Veja desta semana.
Vital do Rêgo disse que a CPMI vai protocolar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para ser parte integrante da ação penal sobre o caso.
O objetivo é receber automaticamente todos os documentos da investigação.
Foi feito um pedido específico de acesso às informações relativas à delação premiada.
De acordo com a Agência Senado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a três senadores que não há como liberar acesso à delação premiada se ela estiver sob sigilo.
Questionado sobre isso, Vital do Rêgo disse: “A CPMI tem os poderes constitucionais e eu tenho certeza que a PGR [Procuradoria Geral da República] sabe disso.” O senador afirmou que é um direito da CPMI ser parte da ação penal.
Segundo ele, o sigilo dos documentos será preservado pela comissão.
O relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que a ampliação das denúncias é mais um motivo para a prorrogação dos trabalhos da CPMI, que deveria ser encerrada até o dia 7 de dezembro. “Vamos prorrogar o prazo de funcionamento até o final desta legislatura [31 de dezembro].” O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), pediu na CPMI a convocação do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, braço direito do doleiro Alberto Yousseff.
Para o parlamentar, o depoimento é fundamental para que a comissão possa compreender o elo entre o doleiro e a Petrobras.